Marcela Barrozo
Teve início ontem a jornada de debates sobre reforma agrária no Acre. O 1º Encontro do Coletivo Estadual de Reforma Agrária reuniu no auditório da Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetacre) os mais de 20 sindicatos filiados e representantes das várias secretarias dos governos municipal, estadual e federal, para debater as propostas e estratégias destes em relação ao assunto.
De acordo com Raimundo Souza Silva (Raimundinho), presidente do Sindicato dos Seringueiros e Pequenos Agricultores e Assalariados Rurais de Rio Branco e Região (Sinpasa), o próprio governo se incumbiu de oficializar o convite para seus secretários comparecerem ao evento. Dentre os presentes no primeiro módulo do dia, destacaram-se Paulo Viana (Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal-Idaf) e Mauro Ribeiro (Secretaria de Agricultura e Pecuária-Seap).
"Hoje no Incra temos 16 mil famílias aguardando assentamento ou regularização de terras. Uma notícia boa foi o decreto que o presidente Lula assinou no dia 15 de janeiro, transformando o seringal Barro Alto em projeto de assentamento e regularizando 200 famílias que moram lá há 15 anos", informou Raimundinho.
Segundo ele, os principais problemas que afligem os colonos são os ramais e os assentamentos. "Resolvendo esses problemas já é meio caminho andado", afirmou o presidente do Sinpasa. Após a explanação dos representantes do governo acerca de suas propostas, os sindicalistas discutirão quais são os de maior relevância para seu progresso.
Temas - Quatro temas estão sendo debatidos, sendo dois por dia. No primeiro dia, discorreu-se sobre "Desenvolvimento Sócio-Econômico Sustentável Rural do Acre" e "Manejo Florestal Empresarial, Comunitário e Licenciamento Ambiental". Hoje, o debate gira em torno dos temas "Reforma Agrária e Regularização Fundiária" e "Qualidade de Vida".
O Idaf, por exemplo, apresentou os programas prioritários para fortalecer o sistema de defesa sanitária animal, como o controle da febre aftosa, além da brucelose e tuberculose sobre o rebanho leiteiro. Outro programa a ser implantado, porém apenas nos projetos de assentamento de Brasiléia, será o de sanidade avícola, uma vez que ali funcionará o abatedouro de frangos.
Novidades - Além disso, será implantado um inédito sistema de defesa sanitária vegetal, para atender as demandas de quem trabalha com a castanha (combate à aflatoxina), banana (combate à sigatoka negra) e mandioca (combate à mandarová), esta última sobretudo no Vale do Juruá. "Além disso, vamos mudar a política de controle do trânsito de mudas e sementes. Nos anos anteriores, estávamos muito focados somente na aftosa. Este ano, vamos revolucionar", garantiu Viana. FONTE: Página 20 ? AC