Em Bogotá, capital da Colômbia, representantes das trabalhadoras rurais da América Latina e Caribe reuniram-se ontem (14) para fortalecer a voz das mulheres rurais pelo direito à terra e ao território onde vivem, com acesso e preservação dos recursos naturais e para denunciar os impactos na vida das mulheres causado pela ganância de transnacionais, que tem comprometido a vida de muitas agricultoras e indígenas, retirando seu direito a uma vida digna em seus territórios.
O encontro da Rede internacional de Articulação Margaridas do Mundo teve o objetivo também de seguir defendendo a soberania alimentar como um direito de todos os povos, dando visibilidade ao papel que as mulheres cumprem na garantia da produção de alimentos. Além disso, um dos principais intuitos foi fortalecer as estratégias de denúncia das violências sofridas no campo e a perseguição às lideranças que denunciam as situações vividas, além de cobrar por justiça aos assassinatos ocorridos ao longo de anos de luta.
Milhares de mulheres do campo, floresta e águas de toda a América Latina e Caribe morreram na luta por terra, por dignidade, por condições de produção, pela vida de suas famílias. Entre elas, Margarida Alves, Margarita Murillo e Berta Cáceres - assassinada há seis meses na luta pelos direitos dos povos indígenas no Nicarágua, crime que segue impune. “Podem calar a voz de algumas margaridas, mas não sabem que elas são sementes que em pouco tempo se tornam milhões. Seguiremos em marcha ate que todas sejamos livres!” afirma a secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas.
“A Rede internacional de Articulação Margaridas do Mundo nasceu em 13 de agosto de 2015, no Brasil, depois da Marcha das Margaridas, onde a decisão da delegação internacional que participou da marcha concretizou um anseio de muitos anos que era de seguir fortalecendo a voz das mulheres rurais em todo o mundo”, explica Alessandra Lunas. A rede foi referendada posteriormente por mulheres dos demais continentes durante a Conferência Mundial de Agricultura Familiar, em setembro de 2015, em Bilbao, Espanha.
Participaram do encontro na Colômbia mulheres representantes da COPROFAM - rede que reúne organizações de agricultoras (es) familiares, campesinos e indígenas em sete países da América do Sul e região andina -, da Via Campesina, representadas pela Cloc América Latina, da Rede de Mulheres Rurais e Indígenas da América Central (RECMURIC), do Fórum de mulheres rurais da América Central e da plataforma de mulheres rurais da Colômbia, que reúne mais de 150 organizações de mulheres rurais daquele país.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto