O presidente de Cuba, Raúl Castro, tenta superar a precária situação do campo na ilha com um novo conceito de estruturação agrícola e medidas para aumentar a produtividade, racionalizar a administração e garantir a venda de verduras e vegetais a preços acessíveis.
Mais de um mês após assumir o poder, o campo assiste a sua própria versão das reformas do novo Governo, muito diferentes das que já permitem aos cubanos se hospedar em hotéis, comprar um DVD e assinar um plano de telefonia celular.
O Governo baseia o novo modelo na descentralização administrativa da agricultura, na entrega direta e indireta de meios aos camponeses e cooperativas, em melhores preços e na entrega de terras em usufruto aos cubanos.
O plano tenta aumentar a produção na terra cultivável ociosa, hoje 51% do total, e desarma a concepção centralizada da agricultura que foi adotada nas últimas décadas, para passar aos moradores a missão de planejar e satisfazer suas necessidades de uma perspectiva de autogestão.
Até meados deste mês, todas as cidades de Cuba terão delegações municipais de agricultura, indicou à Agência Efe Maritza Rodríguez, responsável desse ramo em Bejucal, cerca de 30 quilômetros de Havana.
"O objetivo é que não falte de nada nos Mercados Agropecuários Estatais", indicou.
Paralelamente, estão sendo criadas instâncias municipais responsáveis pela entrega, administração e controle de terras em usufruto.
O presidente da Associação Nacional de Pequenos Agricultores, Orlando Lugo, disse esta semana que "os estudos para a entrega em massa de terras a camponeses estão muito adiantados".
Também estão sendo abertas pela primeira vez lojas para camponeses, onde os produtores poderão adquirir utensílios, roupa e calçado com compensações em função da produção e em pesos cubanos.
FONTE: Último Segundo/IG - 04/04/08