O Grito da Terra Brasil do Nordeste, que reuniu hoje cerca de 6,5 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais, foi marcado por um ato que lembrou a luta da sindicalista Margarida Alves, assassinada a tiros em 1983. O protesto realizado nesta quarta-feira (30), em Fortaleza/CE, teve como objetivo mobilizar as autoridades para a impunidade do crime.
Até hoje, os principais suspeitos - latifundiários da região de Alagoa Grande/PB - estão soltos. "Estamos aproveitando o Grito da Região Nordeste para não deixar passar em branco a impunidade da morte dela", explica a coordenadora estadual de Mulheres da Fetag/AL, Rilda Gezuína.
Para simbolizar a morte da sindicalista que lutou em defesa dos direitos trabalhistas e humanos, mulheres, jovens e homens de nove estados da Região Nordeste usaram coletes pretos durante o protesto. O cantor e compositor cearense Zé Vicente fez uma homenagem à Margarida Alves. "Nós pedimos para o Zé cantar uma música especial, neste dia, para lembrar os 25 anos da luta de Margarida Alves", afirma Rilda.
Durante o GTB Nordeste, as coordenadoras estaduais de mulheres das Fetags, presentes no ato, discutem com representantes do governo políticas sociais efetivas para as mulheres do campo. "É o momento de nós, mulheres, estarmos nos fortalecendo na discussão e nas políticas da Região Nordeste", acredita a coordenadora estadual de Mulheres da Fetag/AL. No evento também serão tratados pontos específicos da Jornada das Margaridas, que ocorre nos dias 11 a 15 de agosto, em Brasília.
Seminário - Entre os dias 20 e 30 de agosto, será realizado um seminário na cidade de Maceió/AL, onde lideranças sindicais de Alagoas e mulheres da região discutem políticas de saúde para população do campo e das florestas. Também serão tratados os pontos negociados com o governo federal na Jornada das Margaridas. FONTE: Andréa Póvoas