Dirigentes ruralistas, empresários madeireiros e prefeitos dos 19 municípios incluídos na lista de campeões do desmatamento em Mato Grosso iniciam amanhã uma reação conjunta contra o que consideram um "arrocho ambiental exagerado" adotado pelo governo federal nos últimos dias.
Em parceria com a federação das indústrias (Fiemt) e a OAB-MT, ruralistas e prefeitos decidiram questionar na Justiça, via mandado de segurança, o decreto presidencial que embargou as áreas do Estado para fins de exploração e as ações do Ibama na chamada "Operação Arco de Fogo" de combate à derrubada da floresta. "Se o setor não tomar uma providência contra as ações que estão sendo adotadas em Mato Grosso, a situação vai piorar mais ainda", afirmou o presidente da federação da Agricultura (Famato), Rui Prado.
As lideranças do agronegócio também lançaram ofensiva para constranger o Ibama, responsável pela fiscalização das áreas embargadas nos 19 municípios. Querem a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a aplicação dos recursos do órgão. E afirmam contar com apoio dos senadores Jayme Campos (DEM-MT) e Gilberto Göellner (DEM-MT) para a iniciativa.
Com apoio do governador Blairo Maggi (PR), os ruralistas esperam romper um termo de cooperação técnica assinado entre Ibama e secretaria estadual de Meio Ambiente. "Nós fomos atropelados pelos dados do Inpe [que apontaram elevação no desmatamento] e também estamos sendo desrespeitados pelas ações do Ibama. É nesta hora que as divergências acontecem", disse, segundo nota, Maggi.
Rui Prado afirma que desde 2005, quando ocorreu a "Operação Curupira", madeireiros e produtores têm vivido em tensão. "Este ano estamos sendo vítimas de mais uma operação que realmente tem deixado o setor bastante abalado. Nós tememos que isso possa gerar uma crise econômica em todo o Estado".
(MZ) FONTE: Valor Econômico ? SP