A Ponte Internacional Barão de Mauá, em Jaguarão/RS, divisa entre Brasil e Uruguai, foi ocupada nesta manhã (14) por aproximadamente mil produtores de leite gaúchos, que cobram do Estado brasileiro uma solução para a crise do setor leiteiro no País.
A manifestação foi organizada pela FETAG-RS, com participação de representantes da FETAESC, e o objetivo foi chamar a atenção do governo federal para a revisão dos incentivos fiscais para a importação do leite, investigando também a suspeita de uma possível triangulação envolvendo outros países que estariam enviando leite ao Brasil via Uruguai.
A cadeia leiteira nacional está sofrendo com o aumento das importações de leite pelo Brasil. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior apontam que, somente no primeiro trimestre de 2017, o País já importou 35,4 mil toneladas de leite em pó e de outros leites, 76% a mais do que em igual período de 2016.
Essa situação já intensifica a crise do setor leiteiro. Pelo menos 2,5 mil famílias gaúchas estão vendendo as vacas e abandonando a atividade em função da queda do preço ao produtor nos últimos meses e da incapacidade de manter o negócio.
O Censo Agropecuário de 2006 mostra que apenas 62 municípios brasileiros não produzem leite. Além disso, segundo a Embrapa, o atual consumo do(a) brasileiro(a) é de cerca de 170 litros de leite por ano. A produção interna dá conta do consumo e a prova disso é que empresas tradicionais do ramo de refrigerantes também começaram a investir em leite no País.
O presidente da FETAG-RS, Carlos Joel da Silva, disse que a mobilização foi realizada após várias tentativas de negociação com o governo federal. “Conversamos com o ministro da Agricultura Blairo Maggi, durante a Expointer, já nos reunimos com o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, com o Ministério das Relações Exteriores. Mas nenhuma medida concreta foi tomada. Essas importações estão derrubando os nossos preços e deixando os nossos estoques cheios. Estamos perdendo mais de 40 centavos por litro de leite vendido. Uma das nossas cobranças é que o governo compre, imediatamente, os nossos leites”, cobra Joel.
A CONTAG apoia integralmente e se soma a essa luta que não é só dos produtores de leite do Rio Grande do Sul, mas de todo o País, e que está impactando fortemente o trabalho e a renda dessas famílias. A CONTAG também cobra veementemente uma resposta imediata do governo brasileiro de fazer a compra de leite dos produtores brasileiros, de aprovar normas para essas importações e a revisão do preço mínimo do leite no Brasil, visando salvaguardar os produtores brasileiros e todo o setor leiteiro. FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Verônica Tozzi