Às vésperas do início da colheita da safra nova, a disponibilidade de algodão no mercado interno tem aumentado nas últimas semanas, por causa das vendas do produto remanescente da safra passada.
Os produtores estão liquidando seus estoques da safra passada para poder abrir espaço para safra nova. Os agricultores do Centro-Oeste estão esperando apenas a diminuição das chuvas para ampliar e intensificar a colheita. A estratégia, contudo, tem derrubado as cotações da pluma no mercado interno. Apenas em abril, o indicador Esalq acumula desvalorização de 7,9%, que em 30 dias chega a 8,27%. Na última sexta-feira, o indicador fechou a R$ 1,3097, a menor cotação desde o início de janeiro.
Apesar da disposição dos produtores em vender o algodão da safra velha, as grandes empresas seguem retraídas. Além de terem estoques, as indústrias de maior porte estão aguardando a entrada da safra nova, que tende a ser de qualidade superior. Quem tem comprado o algodão, mas a preços menores, são comerciantes de pequeno porte, que oferecem preços cada vez mais baixos pela pluma.
Outro fator de baixa para os preços internos é a paridade de importação. Com o enfraquecimento do dólar e queda dos preços internacionais, as empresas tendem a buscar a pluma fora do Brasil. O contrato para julho é cotado em 71,61 centavos de dólar por libra, queda de 4,7% em 30 dias, e, ainda assim, inferior ao indicador Esalq em dólar, que está em 78,56 centavos de dólar.
FONTE: O Estado de São Paulo - 30/04/08