??O agricultor olha para o céu e pede para chover menos, não para parar de chover??. É assim que o setor, devoto de São José, vem encarando a situação atual, segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores em Agricultura, Manoel Cândido. As chuvas, segundo ele, trouxeram muitos prejuízos principalmente no Vale do Apodi, no Vale do Assu e nos municípios de Mossoró, Caraúbas, Umarizal, Felipe Guerra, Ipanguaçu e Carnaubais. É necessária, em menor volume, claro, para que as culturas do estado vinguem.
As conseqüências negativas que trouxeram foram perdas de lavouras, de instrumentos de trabalho e a degradação da terra com as enchentes. Até amanhã haverá dados mais concretos sobre as perdas, segundo o presidente da entidade, mas elas só serão contabilizadas com exatidão quando as águas baixarem. Como outros setores, a agricultura também espera se reunir com o governo para pedir ajuda, que no caso deles pode vir em forma de recursos e sementes.
Atualmente é período de entressafra para muitos culturas, por isso boa parte da mão-de-obra trabalha em regime de agricultura familiar e não como assalariada. ??No Vale do Assu temos em torno de 8 mil desempregados (entre assalariados e agricultores familiares). No Apodi são outros 7 mil. Essas pessoas estão sem ocupação nenhuma em função dos estragos que as chuvas lhes trouxeram e da entressafra. Mas a esperança no setor persiste.
??Tudo estaria perdido se não chovesse. Com esse excesso que temos agora perdemos, mas dá para recuperar alguma coisa. é um prejuízo recuperável??, estima ainda Manoel Cândido.
FONTE: Diário de Natal - 14/04/08