O presidente do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) do município de Satubinha, na região do Mearim, no Maranhão, Antonio Araújo Mesquita, compareceu ontem (8) à Fetaema para pedir ajuda. Ele denunciou que foi vítima de atentado à bala no último dia 4, quando se deslocava, em sua moto, para a sua residência, no povoado Centro do Tito.
"Foi Deus quem me fez frear a moto naquele momento", disse o sindicalista, ainda emocionando, ao recordar que foi surpreendido por um pistoleiro, que lhe atirou pelas costas, em uma vereda. A bala acertou o retrovisor da moto do sindicalista. O pistoleiro fugiu.
Várias pessoas de comunidades rurais do município acusam o senhor Juscelino, genro do prefeito Mão de Ouro, como o autor do atentado. Lideranças sindicais, moradores do povoado, amigos e familiares de Antonio Mesquita encontraram ao longo da vereda quatro ?tocaias? diferentes, onde o acusado teria ficado à espera do presidente do sindicato por três dias consecutivos.
Outros dirigentes do STTR de Satubinha estão ameaçados de morte. Um deles é o secretário geral da entidade, Joel Silva da Silva, que em uma discussão recente ouviu do próprio Juscelino: "você também está na lista". Familiares de Antonio Mesquita também estão sofrendo ameaças constantemente.
Clima de Terror - As ameaças têm origem em um conflito agrário e social instalado há cerca de ano naquela região do estado, após a implantação do Assentamento Santa Maria. O assentamento, destinado exclusivamente para trabalhadores rurais sem terra, vem sendo invadido desde o ano passado por proprietários de terra, comerciantes, funcionários públicos e familiares de políticos tradicionais da região - o que é proibido por lei.
Por cobrar da Superintendência do Incra o recadastramento de todas as famílias do Assentamento Santa Maria, excluindo os que não são beneficiados da reforma agrária, o presidente do STTR de Satubinha passou a ser perseguido pelos moradores do assentamento e por familiares do prefeito Mão de Ouro.
O presidente da Fetaema, Francisco Sales de Oliveira, esteve em audiência, ontem (8), com a Secretaria de Estado da Segurança Cidadã. Ele denunciou o clima de medo que já dura um ano em Satubinha - com agressões morais, ameaças de morte e emboscadas a lideranças sindicais.
Ele pediu proteção a Antonio Mesquita e seus familiares e cobrou empenho para garantir a segurança e ordem no Assentamento Santa Maria e em todo o município de Satubinha. FONTE: Assessoria de Comunicação da Fetaema