Leonencio Nossa
Blumenau - Promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o 25º Encontro Empresarial Brasil-Alemanha, em Blumenau (SC), contou com a presença de cerca de 1.400 empresários, sendo 250 alemães. Aproveitando a platéia com integrantes da União Européia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o governo dos Estados Unidos e a própria UE pelo bloqueio nas negociações para redução de subsídios agrícolas e barreiras, no âmbito da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Lula destacou que a redução de tarifas de importação para produtos de países desenvolvidos não pode impedir o crescimento de seus parques industriais. Ele fez críticas diretas aos argumentos dos Estados Unidos nas negociações.
Disse que o governo americano "pratica subsídios de US$ 11 bilhões e na mesa de negociação coloca entre US$ 13 bilhões e US$ 16,5 bilhões, mas com a negociadora americana dizendo que ficará em US$ 16 bilhões." Para ele, isso não significa nenhum corte de tarifas. "Por tudo o que eu aprendi de matemática, não tem diminuição de subsídios aí. Se eu pratiquei 11 no passado, 11 em 2005, e estou propondo praticar agora 16, onde é que está a diminuição do subsídio?", questionou. "Estamos agora nessa peleja."
O presidente disse que o Brasil está disposto a ter mais flexibilidade na questão de suas exportações agrícolas, mas ressaltou que qualquer acordo só será factível se beneficiar os países em desenvolvimento. Lula explicou que o Brasil pretende ser um "patrocinador" do acordo de livre comércio entre a União Européia e os países que integram o Mercosul.
No encontro Lula disse ainda aos empresários que não interessa ao Brasil crescer cercado por países miseráveis e fez uma comparação com a UE. "Foi por isso que a União Européia injetou dinheiro em países como Grécia, Portugal e Espanha, que não seriam o que são hoje sem essa ajuda", argumentou.
EDUCAÇÃO
Além disso, o presidente fez uma defesa das ações desenvolvidas por seu governo na área de educação. Lula afirmou, entre outras coisas, que pretende entregar até o final de seu segundo mandato dez novas universidades públicas. "Sem investimentos em educação, deixaremos de fazer vôo de pássaro que quer ser gigante para fazer vôo de uma galinha", comparou. Para o presidente, o momento é propício para isso. "Definitivamente, o País vive um momento que considero de bom para ótimo."
FONTE: Estado de São Paulo ? SP