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PREFEITURA FORTALECE SETOR AGRO
Prefeitura fortalece setor agropecuário com a criação da Secretaria de Agricultura
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04 de Novembro de 2007

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"Vai dinamizar muito mais o nosso trabalho e nos possibilitará, inclusive, reivindicar recursos na esfera federal. Vamos ampliar ainda mais os nossos parceiros, por que o nome do IPR não é tão conhecido e não faz um bom marketing; poucas pessoas sabem que existe um órgão de agricultura responsável pela agricultura do município. Mas com a criação da Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento não tenho dúvidas de que nosso trabalho vai ser muito mais amplo", assegura.

O presidente do IPR afirma, no entanto, que não o órgão não tem ficado parado e vem investido em vários novos programas, sem esquecer das áreas tradicionais como hortaliças. Um dos novos programas é o São Luís-Bio, que vai ser lançado nos próximos dias, para produzir semente de oleaginosas para o plantio visando a produção de biodieesel. "Como nossas áreas são pequenas, a nossa intenção é produzirmos sementes para o plantio, e não para ser esmagada e transformada em biodiesel, mas sementes para plantação em grandes áreas. O programa é destinado a produção de sementes certificadas para plantações no Estado", explica. A outra área de atuação será o reaproveitamento das sobras do poluidor óleo comestível caseiro.

Outro programa é o de formação de microempresas criadas por jovens com atuação na zona rural. A partir do dia 20 serão lançadas as microempresas das áreas de castanha de caju, licor e polpas de frutas. "Não se pode mais capacitar só por capacitar. São 60 jovens envolvidos nesse programa, que foram capacitados não só para produzir, mas também para montar um empreendimento; eles passam pela capacitação e já saem com sua empresa pronta, para que montem seus negócios e tenham acesso ao crédito".

A seguir os principais trechos da entrevista com Júlio França, na qual aborda outros assuntos, como a construção do novo Mercado da Cohab.

JORNAL PEQUENO - Como está ficando o novo Mercado da Cohab?

JÚLIO FRANÇA - É um mercado moderno, mas, sobretudo o grande impacto será para a cidade de São Luís. A gente sabe que há mais de três décadas foi se formando na avenida principal da Cohab um grande feirão que depois se transformou numa grande favela, mas foi a única opção que os feirantes tiveram para comercializar os seus produtos. O prefeito Tadeu Palácio, quando me convidou para assumir a presidência do IPR, colocou como desafio que a gente encontrasse uma alternativa para os feirantes daquela avenida e buscamos, então, como parceiro para resolver o problema o Banco do Brasil, entre outras instituições, e conseguimos os recursos. Estamos agora na metade da construção da primeira etapa do Mercado da Cohab, para termos as condições de acomodar todos os feirantes que estão na avenida.

JP - O que muda para os feirantes e para a cidade também?

JF - O que é mais interessante é que o novo mercado é um ambiente salubre, decente e digno para aqueles feirantes que há mais de 30 anos comercializam naquela avenida. O primeiro impacto é para a cidade, que passa a ter um melhor fluxo de veículo e incremento maior para o comércio local e os feirantes vão ter agora um local definitivo e decente, condizente com a categoria, que é uma categoria de grande relevância para a cidade, além serem treinados.

JP - As feiras livres já estão todas padronizadas?

JF - Estamos na reta final da padronização das feiras livres de São Luís, até porque trabalhamos com pessoas e todo processo de mudança não é fácil. É um processo contínuo, mas estamos na reta final. As principais feiras já estão padronizadas e estamos fazendo isso também nas realizadas aos sábado, que são 12 feiras que acontecem por mês aos sábados.

JP - A padronização beneficia em que o pequeno produtor?

JF - Nas feiras livres acontece o escoamento do que é produzido nas cadeias produtivas e são um ambiente decente e higienizado onde é possível comprar alimento com mais segurança e qualidade. Certamente o consumidor vai observar isso e freqüentar muito mais as feiras. Por exemplo, a da Cohab/Cohatrac é uma das mais freqüentadas por conta da padronização e higienização. Os feirantes passaram também por um processo de capacitação e todo esse ambiente tem melhorado chamando a atenção de novos clientes.

JP - Falta agora apenas investir no Mercado Central?

JF - O Mercado Central é um projeto para o próximo ano. O projeto já está com o BIRD. O mercado vai passar por uma reforma radical, vamos ter uma praça de alimentação dentro dele e dar uma organização melhor, com setorização, dentro do novo conceito de mercado que estamos implantando a partir do Mercado da Cohab.

JP - O que altera com a mudança de IPR para Secretaria?

JF - Primeiro, como secretaria teremos mais autonomia. Hoje o IPR é ligado à Secretaria de Governo. Vamos dinamizar muito mais o nosso trabalho e nos possibilitará, inclusive, reivindicar recursos na esfera federal. Vamos ampliar ainda mais os nossos parceiros, porque o nome do IPR não é tão conhecido e não faz um bom marketing; poucas pessoas sabem que existe um órgão de agricultura responsável pela agricultura do município. Mas com a criação da Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento não tenho dúvidas de que nosso trabalho vai ser muito mais amplo.

JP - Poderá haver mais enfoque também ao setor agropecuário?

JF - O IPR já algum bom tempo e agora mais ainda vem priorizando o trabalho através das cadeias produtivas. Hoje trabalhamos com 13 cadeias produtivas, que vai desde criação de pequenos animais ao trabalho já tradicional do IPR, que é a questão de hortaliças. Essas cadeias estão apresentando resultados positivos, como a do mel. Até o final do ano estaremos pela primeira vez em São Luís produzindo 30 toneladas de mel no mangue e isso retoma a preservação dos manguezais, uma vez que o mel é todo da florada do mangue. Outra cadeia produtiva de destaque é de caprino. Vamos inaugurar brevemente a usina beneficiadora de leite de cabra. Na cadeia produtiva você trabalha o início, desde o primeiro momento da capacitação e o processo produtivo, passando pela transformação desse produto, para agregar valor, até a comercialização.

JP - E o programa municipal de biocombustível?

JF - São Luís deverá ser a primeira cidade a ter o seu programa municipal de biocombustível, que estaremos lançando nos próximos dias, intitulado de São Luís-Bio. Além disso, dentro das cadeias produtivas estamos incrementando os trabalhos a partir da introdução de novas tecnologias. Com a criação da nossa secretaria vamos deslanchar definitivamente o trabalho agrocupecuário em nossa Ilha.

JP - Fale mais um pouco sobre os objetivos do programa do biocombustível, quantos serão beneficiados, metas...?

JF - O programa de biodiesel terá duas grandes áreas de atuação, uma é a possibilidade de produzirmos oleaginosas a partir de experimentos com a mamona, girassol, gergelim e amendoim, que estudaremos inicialmente em nosso jardim clonal até termos certeza de qual a que mais se adapta ao nosso solo. Como nossas áreas são pequenas, a intenção é produzirmos sementes para o plantio, e não para serem esmagadas e transformadas em biodiesel, mas sementes para plantação em grandes áreas. O programa é destinado à produção de sementes certificadas para plantações em grande escala em todo Estado.

JP - Qual será a outra linha de atuação do programa?

JF - A outra linha de ação é uma questão que consideramos revolucionária, pois se trata do reaproveitamento dos óleos residuais, como o óleo de cozinho, aquele que jogamos no ralo da cozinha pode ser transformado em biodiesel. Hoje a mesma tecnologia que é usada para transformar sementes de óleos vegetais em biodiesel esta disponível para transformar o óleo caseiro usado em bio. Cada litro de óleo que jogamos no ralo de nossa pia contamina um milhão de litros de água. Vamos assim despoluir a nossa cidade transformando um produto poluidor em renda e inclusão social. No primeiro momento esse programa envolve 400 famílias.

JP - O que é uma microempresa jovem rural?

JF - São microempresas formadas por jovens com atuação na zona rural. Trabalharemos na formação de microempresas em toda nossa zona rural voltadas, num primeiro momento, a partir do dia 20, para a castanha de caju, licor e polpas de frutas. Não se pode mais capacitar só por capacitar. São 60 jovens envolvidos nesse programa, que foram capacitados não só para produzir, mas também para montar um empreendimento, eles passam pela capacitação e já saem com sua empresa pronta, para que tenha montem seus negócios e tenham acesso ao crédito.

JP - Qual a capacidade de produção da usina de compostagem?

JF - A nossa será primeira usina de compostagem do Maranhão, localizada no Aterro da Ribeira, e visa incentivar o reaproveitamento do lixo orgânico para a produção de adubo que será utilizado nos pólos de produção da capital. Tem 10 mil m² e capacidade para produzir 24 toneladas por dia de adubo orgânico. O adubo orgânico será obtido a partir do lixo urbano, de restos de comidas, frutas, verduras e legumes encontrados nas feiras livres e nos mercados de São Luís, e a usina beneficiará diretamente 1350 agricultores familiares.

JP - Qual a filosofia do programa Compra Direta Local?

JF - É o Programa do Governo Federal que conta com apoio da Prefeitura de São Luís, através do IPR, e tem como objetivo incentivar o trabalhador rural a permanecer na terra, produzir alimentos para sua subsistência e agregar valores para melhorar sua qualidade de vida. O programa atende 216 produtores da zona rural da capital, de 27 comunidades produtoras. Os agricultores são beneficiados com o PRONAF e tem o acompanhamento de assistência técnica do IPR. Na safra, os produtores colhem e o IPR faz a compra local com preço de mercado. FONTE: Jornal Pequeno



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