Os agricultores familiares das regiões Oeste e Sudoeste poderão ter acesso à compra de calcário com uma redução inicial de 20% do valor atual. Para isso, a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e a Ferroeste estão construindo uma política pública que combina o acesso ao crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o transporte ferroviário que deverá resultar na redução do preço do calcário posto na lavoura.
A fase final dessa discussão ocorreu nesta segunda-feira (07) quando o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, recebeu o diretor-presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. O próximo passo será a discussão de linhas de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a modernização da frota ferroviária da Ferroeste.
Segundo Bianchini, o governo do Estado irá lançar um programa estadual de distribuição do calcário para redução do custo do insumo na lavoura. Atualmente o transporte do calcário custa cerca de cinco vezes mais que o valor do produto, o que inviabiliza a sua aplicação na lavoura pela Agricultura Familiar, disse o secretário.
Com a construção de um acordo entre a Secretaria, Coopavel, Ferroeste, minas de calcário e Banco do Brasil, o insumo poderá ser colocado no terminal ferroviário da Coopavel, em Cascavel, por R$ 51,00 a tonelada, que vai significar uma redução de 20% em relação ao preço atual praticado, de R$ 65,00 a tonelada.
Outra estratégia que está sendo construída é a ativação de um terminal ferroviário em Laranjeiras do Sul, da qual o calcário poderá ser distribuído nas regiões Sudoeste e do Cantuquiriquaçu. Essa região pertence ao Centro Expandido onde se concentra a necessidade de elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O custo do transporte do calcário poderá cair ainda mais quando aumentar o volume de calcário transportado, onde o desconto será negociado diretamente com as empresas do insumo. Segundo Bianchini, a demanda inicial para consumo de calcário é de cerca de 400 mil toneladas do insumo.
Para Gomes, da Ferroeste, a redução de custo acordada até agora está sendo oferecida para justificar o início do programa. Ele será operado com cerca de 60 vagões requisitados administrativamente da Ferropar. A médio prazo, a Ferroeste irá estimular a compra de vagões pelos usuários, proprietários das minas da Região Metropolitana de Curitiba.
Segundo Gomes, os usuários deverão comprar os vagões, que serão colocados à disposição para uso da ferrovia. A Ferroeste irá descontar no preço do serviço de transporte, o uso dos vagões. "Com a economia, os empresários poderão amortizar o financiamento contraído", explicou.
FONTE: Safra News - 08-04-08