Produtores de arroz do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina terão parte da produção comprada pelo governo. A portaria interministerial, publicada no dia 16 de setembro, determina a aplicação de R$ 60 milhões para operações com até 500 mil toneladas de arroz em casca. A decisão autoriza a realização de leilões do grão, que será destinado à fabricação de ração animal. “É uma medida paliativa, porém, diria que é de boa alçada neste momento, visto que ao longo dos últimos dias temos verificado uma queda dos preços do arroz em casca no Sul do Brasil”, disse o secretário de política agrícola da Contag, Antoninho Rovaris.
Segundo ele, apesar da notícia, outras ações seriam necessárias para garantir o preço pago ao produtor, como a aquisição do governo ou contrato de opção.
Produtor de arroz há 15 anos, o agricultor Paulo Coutinho, de Sentinela do Sul, também acredita que a medida é satisfatória, mas poderia vir acompanhada de outras ações que evitem o prejuízo futuro ao setor.
“Nós temos hoje uma competição desigual dos mercados da Argentina, Uruguai e Paraguai onde entram produtos dos corredores do Mercosul. O custo deles é mais baixo e temos desvantagem no custo de produção porque os produtos deles [uréia, herbicidas) tem diferenças de preços. Essa medida tira um grande volume de arroz do mercado, mas não resolve o problema de preço. 2’43’’
Por ano, seu Paulo colhe três mil sacas de arroz. Hoje o preço da saca de 50 quilos do grão no Rio Grande do Sul está em torno de R$ 23 reais. O valor mínimo estipulado pelo governo é de R$ 28,50 reais. Esta não é a primeira medida adotada pelo governo este ano com objetivo de ajudar os produtores. Leilões, aquisição direta e outras ações tomadas somam até agora R$ 1,1 bilhão em incentivos. FONTE: Fonte: Agência Contag de Notícias Danielle Santos