A Polícia Federal desencadeou ontem (10), em Sorocaba, no interior paulista, a operação Capelinha, que visa desarticular uma organização criminosa que praticava fraudes contra uma associação de agricultores familiares. Ao todo, a quadrilha roubou mais de R$ 1,3 milhão, em investimentos obtidos junto ao Banco Terra, com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Os 80 policiais envolvidos na operação, cumpriram 12 ordens de busca e apreensão e 14 mandados de prisão nas cidades de Sorocaba, Itu, Taquarivaí e Buri.
Segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Federal em Sorocaba, a investigação começou há sete meses, a partir de uma denúncia recebida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, que repassou ainformação à Polícia Federal. A conclusão foi a de que a organização criminosa apoderou-se da Associação dos Agricultores Familiares de Taquarivaí, para desviar o financiamento contraído junto ao Banco Terra.
Segundo a Polícia Federal, o financiamento tinha condições diferenciadas porque o dinheiro seria destinado à compra de uma propriedade rural, que seria dividida entre os associados, além de servir para a realização de benfeitorias e custeio da atividade rural. No local, os membros da associação construíram casas e uma fazenda, com valor estimado em R$ 1 milhão.
"Originalmente, uma vez criada a Associação, parte dos recursos foi utilizada na aquisição da propriedade rural Fazenda Capelinha, e a outra parte para a construção de 29 casas para as famílias que iriam trabalhar na terra, além da obtenção dos meios necessários para fomentar a agricultura familiar", diz a nota da Polícia Federal.
A Polícia Federal informou ainda que a quadrilha era composta por advogados e empresários, que extorquiram e pressionaram os associados, que passavam por dificuldades financeiras, a venderem suas terras por valores abaixo do mercado.
De acordo com a Polícia Federal, as famílias foram expulsas das terras e da Associação e a quadrilha tomou posse dos bens adquiridos por meio do financiamento. Os presos responderão processo por crime de extorsão, estelionato e formação de quadrilha, com penas que podem alcançar até 10 anos de reclusão.
A assessoria de imprensa disse ainda que a Polícia Federal não descarta a possibilidade de encontrar mais pessoas envolvidas no golpe, a partir das investigações e análises que serão feitas a partir do material apreendido. FONTE: Agência Brasil