A mídia partidária e comercial começou a divulgar, a partir da semana passada, notícias infundadas sobre a 2ª. Plenária Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Segundo matérias publicadas no Portal Vermelho e no site 24 Horas News, os (as) delegados (as) teriam aprovado a desfiliação da Contag à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Como essa afirmação é absolutamente inverídica, vimos a público para resgatar a verdade dos fatos e fazer os esclarecimentos relacionados abaixo.
A 2ª. Plenária Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da Contag não aprovou, em nenhum momento, a desfiliação da Contag à CUT. A Contag é filiada à CUT desde 1995 por decisão do 6º. Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. Portanto, a entidade não está participando de nenhuma articulação para a fundação de qualquer outra central sindical. As resoluções aprovadas contêm críticas à relação CUT / Contag e reafirma a necessidade de o movimento sindical de trabalhadores e trabalhadoras rurais (MSTTR) continuar debatendo essa questão, bem como exigir da CUT uma definição clara e definitiva sobre a representação do setor rural. Os delegados (as) da Plenária aprovaram uma avaliação da conjuntura, que, além de apontar conquistas, reafirma como correto o posicionamento da Contag, afirmando: "Nossas ações se baseiam na convicção de que a Contag e o MSTTR devem manter sua autonomia e independência de qualquer que seja o governo" e "que a Contag é uma das organizações do movimento social que melhor tem se posicionado nesta conjuntura". O texto aprovado, ao final, resume: "Enfim, consideramos que o balanço geral do MSTTR nessa conjuntura tem sido positivo, apesar das dificuldades de uma nova conjuntura... concluímos que a Contag e o MSTTR conseguiu posicionar-se de forma correta frente aos desafios colocados, ampliar nossa influência, conquistar o respeito dos nossos interlocutores e da sociedade e, em especial, de outros atores do movimento sindical". Vale ressaltar que as propostas com críticas à atuação política da direção da Contag frente às lutas do MSTTR e a nossa postura diante do governo federal foram rejeitadas pela ampla maioria dos delegados e delegadas que participaram da Plenária. A criação de uma nova central sindical é um direito legítimo e democrático. Porém, esse debate deve ser feito à luz da verdade, com discussões de alto nível e com propostas concretas que garantam a democracia, unidade e avanço da luta dos trabalhadores. A tentativa de associar a Contag e a CUT como "correias de transmissão" do governo federal também só servem para dividir e enfraquecer a nossa categoria e o direito de organização de todos trabalhadores. Aliás, esse tem sido o principal argumento dos setores conservadores para atacarem nossas organizações. Nós também lamentamos o fato de os dirigentes da Contag que participaram efetivamente da Plenária não terem sido ouvidos em nenhum momento para a produção destas matérias. Desse modo, o contraditório ‑ um direito inalienável pelos quais todos os trabalhadores e trabalhadoras organizados lutam até hoje - não foi garantido.
Diretoria da Contag