Acontece hoje e amanhã (21 e 22) a XVII Plenária Nacional do Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação (FNDC) - Fortalecendo o FNDC para Expressar a Liberdade. O evento está sediado na CONTAG, que recentemente se filiou ao Fórum. Os objetivos são fazer um balanço conjuntural, abordando as ruas e as perspectivas da luta pela democratização da comunicação, e fazer alterações estatutárias.
O presidente da CONTAG, Alberto Broch, compôs a mesa de abertura e, em sua fala, afirmou que “não avançaremos na verdadeira democracia se não avançarmos nas grandes reformas, como a agrária e dos meios de comunicação, por exemplo.” Desejou ainda que o evento anime mais ainda os(as) participantes para que luta continue e para que possamos dialogar cada vez mais com a sociedade.
Logo após a abertura, Paulo Moreira Leite, diretor da Sucursal da ISTOÉ em Brasília, Leandro Fortes, jornalista da Carta Capital, e Rosane Bertotti, secretária Nacional de Comunicação da CUT compuseram a mesa de debate da conjuntura.
Segundo Paulo Moreira, a imprensa é um instrumento de poder e é preciso democratizar os meios de comunicação para que a população tenha voz e deixe de ser apenas plateia. “Se não tivermos uma mídia democrática e instrumentos de poder para se contraporem ao que esta aí, vamos continuar enfrentando abusos, como denuncias fabricadas que podem aparecer a qualquer momento.” Leandro Forte considera necessário democratizar a visão sobre a comunicação para que se possa fazer circular muitas ideias e retirar da formação do jornalismo o monopólio da classe media. “A formação do jornalista está sendo deformada na origem. Não consigo parar de pensar nisso. Não há incentivo para participar dessa discussão e os jornalistas jovens não se veem parte da categoria, e isso é decorrência direta do monopólio de comunicação existente no Brasil”.
Segundo Rosane, “tudo está ligado ao processo das eleições de 2014. O governo tem que dar respostas aos temas dos movimentos sociais, da classe trabalhadora.” Para ela, as mudanças se dão a partir de debates como este, da democratização da comunicação, e a partir da elaboração de propostas de negociação e, principalmente, a partir “da nossa luta e da nossa mobilização.”
De acordo com José Wilson Gonçalves, secretário de Políticas Sociais da CONTAG e que participa da Plenária como delegado, apesar dos avanços nos 10 aos do governo Lula e Dilma, que flexibilizou o diálogo com o povo e com as organizações sociais e procurou criar políticas que melhorassem a qualidade de vida da população, ainda não foram observadas medidas suficientes rumo a uma comunicação social e democrática. “Ainda somos dependentes dos grandes monopólios de comunicação”, afirma o dirigente. Segundo ele, “nós, movimentos sociais, desde o campo, da cidade e de diversos setores, devemos nos unir e aproveitar o governo Dilma para que se altere o marco legal da comunicação no Brasil.”
No período da tarde, será aprovado o Regimento Interno da XVII Plenária Nacional do FNDC e haverá discussão do Estatuto Social do FNDC. À noite, será lançado o livro “Conselhos de Comunicação Social – A interdição de um instrumento da Democracia Participativa”, de Venício A. de Lima. Amanhã, haverá discussão sobre o Estatuto Social do FNDC, apresentação e votações de moções, encaminhamentos e ações para o próximo período e um ato político em defesa do Marco Civil da Internet. FONTE: Imprensa CONTAG - Julia Grassetti