Agência Brasil; CBN; O Globo Online
MACEIÓ - Uma operação da Polícia Federal em Alagoas prendeu políticos e empresários envolvidos num esquema de desvio de dinheiro público de obras contra a seca. Entre eles estão o presidente da Câmara de Vereadores da cidade de Palmeira dos Índios e donos de empreiteiras envolvidas em fraude em licitações com recursos do Departamentos Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS). Ao todo 16 pessoas foram presas e 51 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
De acordo com o delegado Joacir Avelino, um dos responsáveis pela investigação, os acusados foram levados para a carceragem da Polícia Federal e ficarão à disposição do juiz da 8ª Vara Federal da cidade de Arapiraca, interior do estado.
O delegado afirma também que, durante o cumprimento dos mandados de busca, a PF apreendeu computadores e documentos.
- Esse material está sendo analisado por técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) - disse Avelino que é superintendente da PF em Alagoas.
- A Carranca é muito comum no Rio São Francisco, ela é utilizada por pescadores e barqueiros. É uma espécie de estátua utilizada para espantar os maus espíritos e nós fazemos essa alusão (ao escolher o nome para a operação) porque queremos espantar os corruptos aqui do estado - esclareceu.
Segundo Avelino, as fraudes podem chegar a R$ 20 milhões e envolvem recursos dos ministérios da Saúde, do Turismo, da Integração Nacional, das Cidades, da Educação e do Desenvolvimento Agrário.
Os acusados serão indiciados pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Se condenados, as penas podem chegar a 40 anos de prisão.
A ação é resultado dos trabalhos da força-tarefa composta pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria-Geral da União.
De acordo com a PF, as investigações tiveram início em fevereiro de 2006 e revelaram a existência de quatro organizações criminosas que atuaram em obras de pelo menos 55 prefeituras alagoanas. Os policiais analisaram todas as licitações de obras públicas entre os anos de 2004 a 2007. As investigações demonstraram que os fraudadores procuravam lavar o dinheiro obtido ilicitamente por meio de aquisição de imóveis de luxo, fazendas, gados e automóveis. O juiz que deferiu as prisões também determinou o seqüestro de 31 imóveis, 35 veículos e o bloqueio de contas bancárias de 18 pessoas físicas e jurídicas, as quais ainda não foram avaliadas. FONTE: Globo Online ? RJ