A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desenvolveu uma nova metodologia capaz de agilizar a transformação genética de feijão de corda, ou caupi. O objetivo é desenvolver plantas transgênicas resistentes a doenças que atacam essa leguminosa, entre as quais se destacam os vírus.
A nova metodologia, que levou anos de estudos para ser concluída, é baseada na introdução direta de genes nos embriões maduros de feijão de corda e permite uma freqüência de transformação muito mais eficiente, chegando a uma em cada 200 plantas e até uma em 100. Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Francisco Aragão (foto), "as metodologias de transformação genética existentes até então eram pouco efetivas para o feijão de corda, com uma freqüência de sucesso de uma em cada 2.000 plantas".
Outra vantagem é que essa metodologia permite a introdução de genes em praticamente todas as variedades de feijão de corda e, por isso, será muito útil para o melhoramento genético dessa cultura.
Cultivo - O feijão de corda, também conhecido como feijão macassar ou caupi, é uma das principais leguminosas cultivadas no Brasil, especialmente nas Regiões Nordeste e Norte, onde é peça-chave na alimentação. Nessas regiões, representa cerca de 95 a 100 % do total das áreas ocupadas com o cultivo de feijões. De uns tempos para cá, o feijão de corda vem atravessando fronteiras e já está sendo comercializado com sucesso também no Centro-Oeste. Só em Mato Grosso, já são aproximadamente 50 mil hectares plantados com o grão.
Apesar dessa ascensão, uma ameaça ainda assombra os produtores de feijão de corda: as doenças causadas por agentes patogênicos, como insetos e microrganismos (fungos, vírus e bactérias).
O ataque de pragas é, sem dúvida, o pior fator limitante para a produção do feijão de corda no Brasil porque prejudica a qualidade e a quantidade dos grãos produzidos. Dentro do grupo de agentes que podem causar danos à produção do feijão de corda no Brasil, destacam-se os vírus e entre eles, os geminivírus, transmitidos por moscas brancas.
Atualmente, a forma mais utilizada pelos produtores para controlar as pragas é o uso de defensivos agrícolas. Para modificar esse cenário e oferecer à população brasileira alimentos mais produtivos e saudáveis, a Embrapa investe continuamente em pesquisas de biotecnologia visando ao desenvolvimento de variedades resistentes a pragas e doenças agrícolas e, portanto, menos dependentes da utilização desses produtos. FONTE: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia