A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) é uma das organizações mais atuantes do campo brasileiro, de acordo com a II Pesquisa Nacional sobre a Educação da Reforma Agrária (II PNERA), lançada na semana passada, em Brasília. A CONTAG foi a organização que mais demandou cursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera): foram 207 cursos demandados por nossa confederação, de um total de 525.
A II PNERA foi realizada em parceria pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), que são os responsáveis pela coordenação nacional do projeto. Os objetivos desta pesquisa foram recuperar e sistematizar informações detalhadas sobre a história do Pronera, além de construir um banco de dados atualizável que registre e classifique as ações do programa. Os dados utilizados na pesquisa vão desde 1998, ano da criação do programa, até 2011.
O Pronera existe graças à demanda dos movimentos sociais e sindicais do campo e é destinado aos beneficiários do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), entre eles integrantes de comunidades quilombolas, e também do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). A gestão do programa é participativa: os movimentos sociais e sindicais – entre eles a CONTAG – fazem parte da Comissão Pedagógica Nacional, dos colegiados estaduais e das comissões político-pedagógicas. Isso significa que temos a oportunidade de construir junto ao Incra e às instituições de ensino as bases para uma educação voltada para a realidade do meio rural de assentados, quilombolas e beneficiários do crédito fundiário.
Nesses 17 anos de existência, o Pronera promoveu a realização de 320 cursos no nível Educação para Jovens e Adultos (EJA), ensino fundamental, ensino médio e ensino superior, envolvendo 82 instituições de ensino, 38 organizações demandantes, 244 parceiros e a participação de 164,8 mil educandos. Dados da pesquisa informam que os assentamentos de Reforma Agrária são a principal origem dos educandos de cursos do Pronera: correspondem a 79% do total. Os cursos de alfabetização foram os mais demandados: 52,2%, seguido pelo nível médio, com 30,9% e o nível superior, 16,9%.
De acordo com o secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalves, os dados da II PNERA servirão de base para a elaboração de futuras propostas e pautas, além de servirem também como embasamento para a defesa da ampliação das demandas para a educação do campo, das águas e das florestas. “Lutamos para que essa se torne uma política de Estado, e não apenas um programa do Incra. O Pronera utiliza a metodologia da alternância, que é adequada à realidade da vida dos trabalhadores(as) rurais. Precisamos consolidar uma nova forma de educar nosso povo, que precisa trabalhar nas suas roças e também precisa estudar”, explica José Wilson.
Se você tiver interesse, veja a pesquisa completa neste link:
www.incra.gov.br/pronera/ii-pesquisa-nacional-de-educa-o-na-reforma-agr-ria-pnera---jun-2015 FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Lívia Barreto