A safra 2007/08 de cana-de-açúcar de Pernambuco será a melhor dos últimos anos, com uma estimativa de 18 milhões de toneladas de canas esmagadas.
A safra 2007/08 de cana-de-açúcar de Pernambuco será a melhor dos últimos anos, com uma estimativa de 18 milhões de toneladas de canas esmagadas. O volume representa 13% das 58 milhões de toneladas que devem ser esmagadas pelo Nordeste e os estados do Amazonas, Pará e Tocantins. Nas regiões Norte e Nordeste, a produção, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o crescimento da produção deverá ficar em 11,24%.
Baseados em números de novembro, o setor sucroalcooleiro prevê a produção de 4,3 milhões de toneladas métricas de açúcar e a 1,9 bilhão de litros de etanol. A maior parte do açúcar, 2,3 milhões, será exportada para a Rússia, Estados Unidos e países do Norte da África, do Oriente Médio e do Leste Europeu. Do etanol, 500 milhões de litros irão para o mercado externo, chegando à Coréia, ao Japão, à Suécia e também ao Norte da África e aos Estados Unidos.
Nesta safra, Pernambuco, segundo maior produtor do Nordeste, atrás apenas de Alagoas, e maior gerador de empregos por mil toneladas colhidas irá produzir 1,65 milhão de toneladas de açúcar e 370 milhões de metros cúbicos de álcool. Mesmo com um crescimento de 12% sobre a safra anterior, os produtores pernambucanos começam a sentir o amargor da alta oferta de açúcar no mercado internacional.
Segundo fontes do setor, o faturamento deve ficar em torno de R$ 1 bilhão, cerca de 35% a menos do que na safra passada. "É um ano muito difícil, agravado pela queda do dólar que afeta o resultado das exportações e dos preços internos". A queda dos preços no mercado internacional derrubou os preços para abaixo dos custos de produção.
A situação do Nordeste só será atenuada a partir de agora com a entressafra do Centro-Sul e uma maior valorização do álcool", diz o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, Renato Cunha.
Com uma topografia acidentada e elevada, e instabilidade hídrica, os produtores pernambucanos não têm mais áreas para crescer e estão investindo em pesquisas para aumentar a produtividade a fim de superar a média da região de " - entre 57 a 60 toneladas por hectare e que consolida a defasagem em relação aos estados do Sul e do Sudeste onde são produzidas de 75 a 80 toneladas de cana por hectare.
De acordo com Renato Cunha, as usinas de Pernambuco e da Paraíba investem R$ 500 mil por ano em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco e a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento Sucroalcooleiro (Ridesa) que coordena o Programa de Melhoramentos Genético da Cana-de-Açúcar no Brasil, a fim de assegurar o plantel genético.
A próxima aposta dos produtores é um convênio com o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) que prevê o aproveitamento da biomassa da cana-de-açúcar para produzir etanol, usando também a palha da cana. Baseado no modelo do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e do Centro de Tecnlogia Canavieira (CTC), o convênio para a transferência de tecnologia irá atender ao Nordeste e pode sair até o final de janeiro.
Segundo Cunha, as pesquisas buscam o desenvolvimento de técnicas de fermentação alcoólica que dariam maior rendimento ao etanol; irrigação em áreas de declive e o etanol de celulose. "Hoje só fazemos etanol com o suco da cana", afirma. As parcerias envolvem os estudos do CTC e da dinamarquesa Novoenzymes, uma das gigantes mundiais em biotecnologia e líder mundial na produção de enzimas industriais que, em setembro passado, assinaram acordo de cooperação para desenvolver o etanol de segunda geração - uma possibilidade de duplicar a produção nacional. FONTE: Protefer ? PE