12/11/2007
Fundada em 14 de setembro de 1974, Sinop ganhou esse nome por ter sido ocupada pela colonizadora paranaense Sociedade Imobiliária do Norte do Paraná. E quando a Sinop, liderada por Enio Pepino e João Pedro Moreira de Carvalho, fundou aquele que hoje é o maior pólo econômico do norte do Mato Grosso, a idéia era aproveitar o conhecimento dos pioneiros com café.
O café não vingou na região e a madeira puxou o crescimento do município por muitos anos, até que a soja ganhou importância.
Ao contrário do que acontece na maior parte do Estado, Sinop não abriga gigantescas fazendas de soja, muitas com mais de 100 mil hectares. Em média, os produtores plantam entre 500 e 1,5 mil hectares. Um deles tem 9 mil, mas é a exceção sempre lembrada.
De qualquer forma, são grandes extensões, de dar inveja a muitos produtores do Sul do país, origem da maior parte dos habitantes do município. Para esses fazendeiros, o auxílio possível só pode vir dos governos estadual e federal, com investimentos em logística ou medidas de política agrícola. À prefeitura, cabe cuidar dos pequenos produtores, fixá-los na área rural e evitar que eles vendam suas terras para os maiores.
De acordo com Afonso Teschima Junior, secretário da Agricultura de Sinop, sua principal aposta para incluir os pequenos na dinâmica da economia local é a fruticultura, "assessorada" pela pupunha. Um projeto nesse sentido teve início em fevereiro passado, com o objetivo de integrar pelo menos 600 agricultores com áreas de até 100 hectares.
O projeto conta com a participação da Carpello Alimentos, que garante a compra de parte da produção. As frutas preferidas pela empresa - que também trabalha com pepino e palmito - são figo, abacaxi, acerola e maracujá. "Cerca de 90% dos nossos fornecedores são agricultores familiares", afirma o gaúcho Daniel Brolese, dono da Carpello.
Ele já mantém uma filial no Tocantins e já vende sua produção de conservas e compotas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Sudeste do país. Mas precisa de escala para alçar vôos mais ambiciosos, e conta com os pequenos produtores para isso. "Com o projeto, nosso número total de fornecedores poderá chegar a 300", diz Brolese.(FL) FONTE: Valor Econômico ? SP