Técnicos da área de Seguro da Agricultura Familiar (SEAF) da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA) estão percorrendo a região Sul do País para um trabalho de monitoramento nos municípios com mais pedidos de cobertura. Até o momento, dos 28 mil comunicados de perdas recebidos, 26 mil são na região Sul. A principal cultura atingida é o milho, seguido da soja e feijão.
O objetivo é diagnosticar como estão os processos operacionais do Seguro e a qualidade das perícias, orientar peritos, agricultores familiares, agentes financeiros, extensão rural e movimento sociais ligados à agricultura familiar e verificar a necessidade de medidas, em caso de irregularidades.
Para o agricultor, as principais orientações são no sentido de evitar a perda de cobertura do SEAF por falhas na implantação e na condução das lavouras. "É importante ter análise de solo e seguir as recomendações da assistência técnica, especialmente quanto à adubação adequada e suficiente, controle de plantas daninhas, pragas ou doenças, uso de cultivares recomendadas e observância das regras do zoneamento agrícola", orienta o coordenador do Seguro, José Carlos Zukowski.
Os peritos recebem informações sobre a identificação dos danos, medição e fotografias das áreas. Zukowski explica que, caso sejam constatadas irregularidades em relação à atuação do perito, este pode ser descredenciado. Os técnicos da SAF/MDA percorrem o Sul por mais um mês, seguindo nos próximos meses para a região Nordeste do País.
AVANÇOS DO SEGUROEste trabalho de monitoramento é feito todos os anos pela equipe do SEAF. Segundo o coordenador do Seguro, o acompanhamento das últimas safras aponta uma melhora expressiva nos indicadores de sustentabilidade do programa. "A qualidade das perícias vem aumentando gradativamente, em decorrência do monitoramento, das novas normas e da realização dos cursos para peritos, promovidos pela SAF/MDA juntamente com as entidades estaduais de assistência técnica e extensão rural", avalia.
Outro indicador positivo levantado é o crescimento entre os agricultores familiares do nível de conscientização sobre seguro agrícola, cuidados com a lavoura e condições para ter a cobertura. O pedido de cobertura, por exemplo, somente deve ser apresentado se houver perda superior a 30% da receita bruta esperada, e se causada por evento agroclimático coberto pelo programa.
CUIDADOSEntre os cuidados para ter a cobertura do SEAF em caso de perda é o zoneamento agrícola, em que é importante a observação da data recomendada de plantio, que depende do ciclo da cultivar utilizada, do tipo de solo e do município em que a lavoura se encontra. A recomendação é que os agricultores familiares busquem informações sobre o Seguro da Agricultura Familiar nas empresas estaduais de assistência técnica e extensão rural ou em cooperativas, associações ou sindicatos mais próximos.
Outro cuidado importante diz respeito ao plantio de culturas com pouca adaptação climática, com tecnologia ou solos inadequados, ou em locais sujeitos a riscos freqüentes, resultando em perdas quase todos os anos. De acordo com as regras definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), se houver recebimento de três indenizações para uma mesma cultura dentro de um período de 60 meses, esse empreendimento não terá mais cobertura do programa.
"É importante esclarecer que o agricultor não é excluído do Seguro, ainda poderá financiar e segurar outra cultura indicada para o local. Mas é recomendado que evite incorrer nessa situação procurando, junto a extensão rural mais próxima, alternativas de culturas e tecnologias mais adaptadas à sua região e que proporcionem um melhor retorno econômico", finaliza Zukowski. FONTE: Jornal Agrosoft - 22-04-2008