A pauta de reivindicações do 20º Grito da Terra Brasil também foi negociada com o Ministério das Relações Exteriores (MRE). A comissão composta pelo presidente da CONTAG, Alberto Broch, pelo vice-presidente e secretário de Relações Internacionais, Willian Clementino, pela secretária nacional de Terceira Idade, Lúcia Moura, e por representantes das Federações foi recebida pelo ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado no final da tarde desta quarta-feira, 14 de maio, no Itamaraty.
Os pontos de pauta discutidos no MRE foram: a criação de um conselho para a garantia permanente de diálogo sobre políticas e negociações internacionais, assegurando a participação da CONTAG e dos demais movimentos sociais para tratar especialmente das ações e das oportunidades e dos impactos na agricultura familiar; e assegurar projetos de cooperação, de forma que garanta a participação efetiva da sociedade civil dos países envolvidos, como o apoio à Cooperação Sociedade Civil x Sociedade Civil específicos entre a CONTAG e as organizações da agricultura familiar dos países envolvidos na Cooperação Sul-Sul, em especial com a PAFO – Organização Panafricana de Agricultores, ROPPA – Organização de Agricultores da África do Oeste, a AFA – Associação dos Pequenos Agricultores da Ásia e a COPROFAM no âmbito da América Latina.
Na ocasião, o ministro informou que já está tramitando na Secretaria-Geral da Presidência da República a proposta de conselho consultivo para que este seja um espaço de informação, de consulta e de planejamento das ações do MRE no Brasil e nos espaços de cooperação. “Sobre o outro ponto apresentado, a reivindicação é que a CONTAG possa, junto à sociedade civil, construir em outros países, como já foi construído no Brasil, garantir a construção de políticas pelas mãos dos trabalhadores e do Estado”, explicou Willian. O ministro comprometeu-se a estudar as condições para a sua efetivação. “O ministro mostrou-se muito sensível e demonstrou que esta é uma proposta interessante para o ministério, uma vez que o governo brasileiro tem uma prática e política democrática de construção de políticas públicas com a sociedade civil. Dessa forma, o Estado brasileiro não pode cooperar no exterior sem que a sociedade civil e, principalmente, a agricultura familiar, esteja nesse debate”.
O presidente da CONTAG também avaliou de forma positiva esta audiência. “Estamos com boas perspectivas para a resposta oficial deste ministério. O ministro Luiz Alberto foi muito receptivo à pauta internacional do Grito da Terra. Estamos esperançosos”, disse Broch. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi