A reunião do Conselho Deliberativo da CONTAG, que acontece em Brasília, de 21 a 23 de novembro, foi iniciada com um intenso debate e reflexão a partir das informações da análise de conjuntura do jornalista Paulo Henrique Amorim. Ele destacou o cenário político nacional, o resultado das eleições municipais de 2012, a democratização dos meios de comunicação, as perspectivas para o futuro, dentre outros assuntos.
O jornalista mostrou-se preocupado com o prenúncio de um novo golpe no país liderado pelo Poder Judiciário e apoiado pela grande mídia. “O PT (Partido dos Trabalhadores) venceu três vezes a eleição para a Presidência da República, mas não levou. Afinal, não conseguiu conquistar a imprensa, o Judiciário e nem tem a maioria do Congresso Nacional”.
Para Paulo Henrique Amorim, a estratégia mais forte para contrapor a oposição protagonizada pelas grandes empresas de comunicação, liderada pela Rede Globo, é realizar uma ampla mobilização nacional em defesa da Reforma Política. “É preciso ampliar esse debate para todo o território nacional para que seja aprovado o projeto de lei que legaliza o financiamento público de campanhas. Hoje, a elite sempre se elege porque é a que tem mais dinheiro”.
Quanto às eleições partidárias de 2014, o jornalista alerta que as perspectivas não são boas. De acordo com o atual cenário político, a previsão é que a oposição invista em uma “campanha suja”, como a que foi protagonizada por Serra em 2010 na disputa com Dilma Rousseff. “Tudo isso porque o que está em jogo é o quarto mandato de um(a) presidente da República da classe trabalhadora”.
Sobre a democratização dos meios de comunicação, Paulo Henrique Amorim orientou que a criação de um marco regulatório da comunicação não deve ser defendida só por jornalistas, tem que ser uma bandeira de luta de todos os trabalhadores e trabalhadoras. “São os trabalhadores os mais prejudicados com a falta de acesso à informação. É preciso cobrar da presidenta Dilma a universalização do acesso à internet em todo o território brasileiro, pois foi uma promessa de campanha”.
DEBATE – A diretoria e assessoria da CONTAG e dirigentes das FETAGs tiveram a oportunidade de fazer perguntas e reflexões sobre esses assuntos. Todos reafirmaram que está posta uma disputa de projetos políticos e que o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) tem lado, que é o da classe trabalhadora. Outras questões debatidas foram a necessidade de haver uma liberdade de expressão de fato, de ser criada uma TV Estatal, do poder da bancada ruralista, do cenário político na América Latina, dentre outras. FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi