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PARIDADE
Participação igualitária das mulheres nos espaços de poder é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa
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31 de Maio de 2017


Rafael Fernandes
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As mulheres são mais da metade dos(as) associados(as) dos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais em todo o Brasil. São elas as que mais mantém em dia a quitação da contribuição mensal nos sindicatos. As mulheres participam da produção agrícola e são as principais responsáveis pelo trabalho doméstico e cuidados com filhos e parentes. Se são tão importantes no cotidiano do movimento sindical e das atividades diárias do campo, florestas e águas, por que as mulheres ainda precisam lutar para ter reconhecimento e participação nas decisões políticas da luta por direitos? A visibilidade do papel das mulheres trabalhadoras rurais é questão fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Por isso, a questão da paridade - ou seja, a participação do mesmo número de mulheres e homens nas diretorias de todas as instâncias do movimento sindical - será um dos principais temas a ser aprofundados pela CONTAG e pela Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (CNMTR) nos próximos anos.
Esse foi um dos entendimentos da primeira reunião da CNMTR depois da posse da nova diretoria da CONTAG, em que participaram não apenas as secretárias de Mulheres das 27 federações como também dirigentes do sexo feminino à frente de outras temáticas, além de assessoras e funcionárias. “A união das mulheres no movimento sindical será fundamental para garantir mais participação política efetiva, além de fortalecer a luta pela igualdade de direitos na sociedade”, afirma a secretária de Mulheres da CONTAG, Mazé Morais. A conquista da cota de no mínimo 30% de mulheres nas diretorias do movimento sindical em 1998, no 7º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNTTR), e a efetivação da paridade na CONTAG com a eleição de uma diretoria paritária no 12º CNTTR, realizado em março deste ano, são marcos importantes de uma luta longa, árdua e diária pelo reconhecimento do protagonismo político das trabalhadoras rurais. Graças a esse trabalho, as mulheres ocupam hoje mais de 40% dos cargos efetivos nas federações. No entanto, essa ainda não é a realidade em todo o movimento sindical, principalmente nos sindicatos. Destaca-se, por isso, a necessidade de trabalho de conscientização junto à base, para que haja uma verdadeira mudança na cultura machista e patriarcal que ainda prevalece no campo brasileiro.
A CNMTR acredita, assim, que a construção da paridade precisa ser debatida e aprofundada também nos espaços mistos, com a participação dos companheiros. Por razões culturais históricas, os homens, assim como muitas mulheres, ainda tem dificuldade em reconhecer a importância e o valor da participação feminina da sociedade. “O machismo infelizmente ainda é muito forte, é uma visão de mundo em que a mulher é injustamente desvalorizada. Essa visão distorcida tem como consequência diversas formas de violência, desde o desrespeito até agressões físicas, podendo até chegar à morte”, lembra Mazé Morais. A luta pela paridade dentro do Movimento Sindical tem se fortalecido cada vez mais: 14 federações já aprovaram em seus Congressos Estaduais que suas próximas diretorias deverão contar com o mesmo número de mulheres e homens. “Mas ainda temos um longo caminho para fazer com que esse debate chegue até a base, pois ainda temos muitos sindicatos que nem mesmo cumprem a cota de 30% de mulheres. Por isso, a Comissão Nacional de Mulheres apontou a necessidade de fortalecer os espaços de formação política específica para as companheiras, em que sejam abordadas não apenas questões sindicais como também questões relacionadas ao feminismo e participação da mulher na sociedade”, afirma a dirigente. A Alternância de Cargos, medida aprovada no 12º CNTTR, é um instrumento fundamental para garantir que as mulheres ocupem efetivos espaços de poder dentro do movimento sindical. Por isso, será necessário amplo e profundo diálogo para construir os meios para garantir que as trabalhadoras rurais possam contribuir para a luta por garantias de direitos e por uma sociedade mais justa para todos(as).
FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG - Lívia Barreto



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