Deputados da Comissão de Direitos Humanos e Minorias que estiveram nesta quinta-feira no Pontal do Paranapanema, região oeste do estado de São Paulo, consideraram muito demorado o assentamento das cerca de 5 mil famílias de sem-terra que vivem na região.
Segundo o deputado Dr. Talmir (PV-SP), autor do requerimento para verificar, in loco, as condições de vida nesse local, o objetivo é levar ao governo um diagnóstico que apresse a reforma agrária. Entidades da sociedade civil - como o MST, o MLST, a Comissão Pastoral da Terra, várias igrejas e partidos - estão na região para negociar com as autoridades estaduais.
Clima de revolta
De acordo com Dr. Talmir, a situação vivida pelos sem-terra, em acampamentos de lona e barracas de plástico, gera um clima de revolta nos acampados, com uma situação humilhante. "Muitas famílias que ainda estão acampadas esperando por um terreno para plantar não estão tendo oportunidade devido à morosidade estatal em regularizar o problema fundiário", disse o deputado.
Dr. Talmir também manifestou preocupação com o projeto de lei do governo paulista que regulariza terras acima de 500 hectares. Segundo ele, se a proposta for aprovada, os fazendeiros poderão comprar propriedades que seriam destinadas aos sem-terra, pelo preço da terra nua, podendo pagá-las em 62 meses.
Direito
A deputada Janete Pietá (PT-SP), que também esteve no local, acha que os governos federal e estadual deveriam se unir para fazer a reforma agrária - que ambos defendem. "Nós vimos algumas famílias que têm plantado em pequenos terrenos. Eu acho que terra para trabalhar é um direito de todos brasileiros, e principalmente daqueles que têm a origem na terra e que querem realmente trabalhar pelo desenvolvimento do Brasil."
Reportagem - Paulo Roberto Miranda/Rádio Câmara
Edição: Simone Ravazzolli FONTE: Agência Câmara ? DF