O Banco do Brasil está liberando R$ 170 milhões em créditos de custeio e investimentos para financiar a agricultura orgânica
O Banco do Brasil está liberando R$ 170 milhões em créditos de custeio e investimentos para financiar a agricultura orgânica do Paraná na safra 2007/08. Essa iniciativa vai impulsionar o setor para avançar rumo a uma produção em escala, com presença forte no mercado, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, durante a abertura do III Paraná Orgânico nesta quinta-feira no Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
A concessão de crédito foi anunciada pelo gerente regional de desenvolvimento sustentável do Banco, Antonio Magron. Também participaram da abertura do Paraná Orgânico o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, Rogério Dias, e os diretores-presidentes das seis empresas vinculadas à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, representando o forte compromisso do Governo do Paraná com a agricultura orgânica e agroecológica.
Para Magron, a iniciativa do BB em apoio à agroecologia representa a construção de planos de negócio para mudar o modelo de desenvolvimento agrícola. Essa iniciativa tem o respaldo do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, que anuncia para o ano que vem uma lei de orgânicos "que vai criar regras claras para a produção e o consumo".
Segundo Dias, os 26 centros da Embrapa deverão participar com projetos de pesquisa para criação de material genético especialmente para a agricultura orgânica. "Precisamos de pesquisa para identificar as variedades que respondem melhor à produção orgânica", destacou.
Bianchini destacou que a Agricultura Orgânica e a Agricultura Agroecológica estão no centro das prioridades da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e de todas as empresas vinculadas. "Nos próximos anos a agricultura orgânica vai deixar de representar um nicho de mercado para ser prioridade de desenvolvimento sustentável e produção de alimentos com qualidade", disse o secretário. Ele conta para isso com a força da Agricultura Familiar que está em processo de transição rumo a uma agricultura com práticas mais sustentáveis.
O secretário vislumbra um grande número de produtores que devem aderir à produção orgânica e agroecológica, que devem ultrapassar os atuais cinco mil produtores certificados, responsáveis por uma produção de quase 100 mil toneladas de alimentos.
"Isso é muito pouco. Se somarmos o número de produtores que estão aderindo ao plantio da soja convencional, iniciativa importante para a agroecologia, e a adoção de sistemas de produção mais sustentáveis pela Agricultura Familiar, aí veremos que o universo de produtores será maior em relação às propriedades com certificação", disse.
Para Bianchini, a concessão de crédito e a criação de infra-estrutura de mercado deverão dar o suporte necessário para o aumento da produção. "Vamos avançar para um modelo que seja dominante e não mais minoritário no Estado. Nos próximos quatro anos vamos consolidar o papel prioritário da agricultura ecológica no Paraná", prometeu.
O secretário anunciou a construção de cinco mercados especializados na produção de orgânicos nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba e um pavilhão na Ceasa do Pinheirinho, que vai receber e comercializar produtos da Agricultura Familiar e da Produção Orgânica.
"Vamos enfrentar o desafio de tornar o valor dos alimentos orgânicos mais acessível ao consumidor", disse Bianchini. Ele lembrou que nas feiras públicas os preços desses produtos já são inferiores aos praticados em supermercados. "Por isso os equipamentos de venda direta ao consumidor serão ampliados", afirmou.
Para 2008, outras iniciativas serão adotadas para estimular o aumento da produção no Estado. Entre elas, está a inclusão dos alimentos orgânicos no Programa de Aquisição de Alimentos do governo federal e nas compras da merenda escolar.
ABr
Redação Bonde
Curitiba FONTE: Bonde News ? PR