Frutos ficam assimétrico e na inserção com o pedúnculo surgem filetes alaranjados
A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná vai intensificar medidas sanitárias na área vegetal, que vão ampliar a proteção do cultivo de frutas cítricas, no Paraná. Para isso, coordenou a elaboração de um plano que envolve ações do governo do Estado, da iniciativa privada e prefeituras municipais, que será deflagrado de 2008 a 2010 em todas as regiões produtoras de citros.
O plano dá prioridade ao combate a doenças como o Greening, que ataca a citricultura no Estado e, por isso, está preocupando as cooperativas e indústrias instaladas na região Norte do Estado. Ele foi apresentado hoje (19/12), ao secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, em audiência que contou com a presença do deputado estadual Teruo Kato.
Dividido em 11 metas, com alcance até 2010, o plano prevê medidas de educação sanitária, capacitação, pesquisas direcionadas para combater o Greening, levantamento para diagnóstico e levantamento da área onde está ocorrendo a doença e estruturação de postos de fiscalização, barreiras sanitárias e laboratório de apoio para diagnósticos da doença.
Entre as medidas saneadoras de maior impacto está a destruição das plantas de murta em áreas urbanas e restrição do comércio ambulante de mudas dessas plantas.
MOSQUITO
A engenheira agrônoma Dirlene Rinaldi, do núcleo da Secretaria em Maringá, explica que a murta é uma planta ornamental muito utilizada em arborização urbana, mas que abriga o mosquito hospedeiro da bactéria que provoca a doença de Greening. Segundo ela, o plano prevê o levantamento por georeferenciamento das plantas de citros e murta nas zonas urbanas dos municípios, principalmente onde a citricultura é o carro-chefe da economia.
"Sabendo onde estão localizadas as plantas, vamos atuar principalmente na conscientização do agricultor e da população urbana de que plantas de citros não cuidadas e a murta representam uma ameaça séria à sanidade da citricultura comercial, que gera renda e muitos empregos principalmente na região Norte", disse Rinaldi. A citricultura representa 26% do Valor Bruto da Produção da Fruticultura gerada no Estado.
AÇÃO SISTÊMICA
O sintoma inicial é um ramo amarelo que se destaca na planta doente.
Créditos: FundacitrusO plano foi apresentado pelo engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador, chefe da Divisão Sanitária Vegetal (DSB) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. Ele liderou um grupo de trabalho composto por 14 profissionais entre representantes das cooperativas, indústrias, Iapar, universidades, Ocepar, Faep e Fetaep.
Bianchini adiantou que a Secretaria da Agricultura terá uma ação sistêmica de combate ao Greening. Segundo ele, as medidas de estrutura como modernização dos postos de fiscalização, elevação no número de técnicos, laboratórios já são medidas que estão sendo adotadas e os recursos estão incluídos no orçamento da Secretaria para 2008. "Portanto são medidas que serão adotadas independente do apoio direto à citricultura", explicou.
Segundo Bianchini, a Secretaria vai enviar técnicos da Emater-PR para ampliar a assistência técnica do Estado para os pequenos produtores de Cerro Azul, onde as indústrias e as cooperativas não atuam. O secretário chamou a iniciativa privada para atuar inclusive no custeio das operações de fiscalização que serão deflagradas para coibir o comércio e o trânsito ilegal de mudas.
A doença de Greening, que já dizimou pomares de citros na Ásia, África do Sul e provoca sérios danos nos Estados Unidos, chegou ao Paraná em dezembro do ano passado. Foi confirmada pelo Ministério da Agricultura em março de 2007, numa propriedade de Altonia, Noroeste do Estado.
Desde então, a doença já apareceu em propriedades de São Jorge do Patrocínio, Sabaudia e Astorga. O Departamento de Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis) vistoriou todas as áreas atacadas e erradicou 531 plantas doentes em 16 propriedades.
FONTE
Agência Estadual de Notícias FONTE: Agrosoft Brasil