No Brasil, dos mais de 25 milhões de pessoas que trabalham no campo, cerca de 4,8 milhões são trabalhadores e trabalhadoras rurais assalariados (dados do CENSO). Destes assalariados e assalariadas rurais, cerca de 3,2 milhões trabalham em situação de informalidade, representando um índice de 64,9% (dados IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009).
A maioria se concentra no Nordeste. Veja os índices por região
Região Norte: 84,3
Região Nordeste: 79,1%
Região Sul: 58,4%
Região Sudeste: 51,4%
Região Centro-Oeste: 46,9%
Em termos de escolaridade, a grande maioria destes trabalhadores tem apenas 4 anos de estudo, o ensino mais básico.
Já em termos de gênero, os homens são maioria, representando 70% do total dos assalariados (as). As lutas da Secretaria de Assalariados e Assalariadas Rurais são voltadas para a melhoria de condições de vida e trabalho da classe. Portanto, os números sobre a situação destes trabalhadores, revelados em pesquisas, são alarmantes.
REGIME DE ESCRAVIDÃO
Há anos o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) luta contra o trabalho escravo. O Ministério do Trabalho e Emprego faz fiscalização nas propriedades e resgata trabalhadores explorados.
De 1995 a 2010 foram resgatados 39.180 trabalhadores(as) em condição de trabalho degradante. Somente no período de 2007 a 2008 foram 11.015 trabalhadores(as) resgatados e, em 2011, foram 2.628 trabalhadores(as).
MECANIZAÇÃO
Entre 2007 e 2010, somente no setor sucroalcooleiro, mais de 80 mil postos de trabalhos foram extintos.
VIOLÊNCIA NO CAMPO
Em 2009, a violência contra a ocupação e a posse da terra envolveu aproximadamente 83 mil famílias. No mesmo ano, foram assassinadas 25 pessoas no campo e mais de 143 ameaçadas de morte, além de inúmeros presos, torturados e agredidos.
RENDA
A renda do trabalho na área rural no Brasil é quase 1/3 da renda do trabalho em área urbana. Enquanto o trabalhador urbano recebe a média de R$ 1.086,80, o trabalhador rural recebe em média R$ 377,00.
(Dados do PNAD-2009)
AGROTÓXICOS
O Brasil é o líder mundial no consumo de agrotóxicos e utiliza pelo menos oito tipos de ingredientes tóxicos já banidos em outras partes do mundo. Dados da Embrapa mostram que mesmo com calibração, temperatura e ventos ideais, a pulverização aérea deixa cerca de 32% dos agrotóxicos retidos nas plantas e 49% no solo, enquanto 19% se expandem para áreas circunvizinhas à da aplicação.
Na agricultura patronal quem manipula a aplicação do veneno não é o patrão, mas sim o assalariado rural. Portanto, é ele a primeira vítima do envenenamento devido à falta de equipamentos de proteção eficazes para se evitar a contaminação. Além disso, esses trabalhadores dificilmente aparecem nas estatísticas devido à falta de registro caracterizando o acidente por envenamento.