Leonel Rocha
Da equipe do Correio
As empresas e instituições citadas no relatório O Estado Real das Águas no Brasil 2004-2008 como responsáveis pela contaminação de importantes mananciais hídricos contestam as acusações feitas pela organização não-governamental Defensoria da Água. Lançado ontem no Rio de Janeiro, o trabalho elaborou um ranking das companhias mais poluidoras, entre elas a Petrobras, Vale do Rio Doce, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Sadia.
A estatal Petrobras não reconhece as acusações. A companhia garante que, desde 2001, desenvolve programa corporativo de diagnóstico geoambiental para identificar e remediar eventuais passivos ambientais que tenham permanecido em decorrência de atividades no passado. Segundo a assessoria da empresa, hoje todos os empreendimentos da Petrobras atendem integralmente à legislação no que se refere a resíduos químicos.
No caso do antigo aterro Mantovanni, a Companhia de Saneamento e Tecnologia Ambiental de São Paulo (Cetesb) informou que a responsabilidade pela execução das providências necessárias à correção dos aterros é das empresas que depositaram resíduos no local. "Algumas providências para a remediação da área já foram implantadas e estão em andamento, como por exemplo, o bombeamento e tratamento de águas subterrâneas contaminadas e a remoção de borras oleosas", diz a nota da Cetesb. O aterro foi fechado em 1987. A assessoria da Rhodia também nega responsabilidade sobre áreas contaminadas.
Outra empresa que foi citada no relatório da Defensoria da Água, a Sadia garante que o manejo dos dejetos obedece às normas da Fundação do Meio Ambiente do Estado, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina e também da Embrapa Suínos e Aves. "Os dejetos gerados são armazenados em tanques impermeabilizados por mais de 120 dias e, posteriormente, utilizados como biofertilizante em áreas agricultáveis, nas propriedades rurais, dentro do limite de aplicação de 50 metros cúbicos por hectare por ano", diz a empresa.
Inerte
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) garante que a escória (formada por rejeitos da extração de minérios) não é um resíduo cancerígeno. "Trata-se de um resíduo inerte amplamente utilizado em todo o mundo como material para fabricação de cimento, produção de asfalto, pavimentação e recuperação de vias em geral, produção de concreto, de lã mineral e de fertilizantes fosfatados, dentre outras utilidades", garante a empresa.
A Shell explicou que os planos de recuperação ambiental do bairro Recanto dos Pássaros, em Paulínia, prosseguem com a implantação de uma barreira hidráulica e de uma estação de tratamento de águas subterrâneas. "É prioridade da Shell dar continuidade à recuperação ambiental daquela área onde funcionou sua antiga fábrica, cujas atividades foram encerradas há bem mais de 10 anos. A empresa não tem conhecimento sobre a confirmação de casos de doenças diretamente relacionadas com suas atividades (...)", diz a companhia. A Fundição Tupy também negou que a areia de fundição esteja sendo descartada inadequadamente e que o rejeito seja poluente. FONTE: Correio Braziliense ? DF