O maior volume de arroz ofertado no segundo leilão do produto realizado neste mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) provocou ontem uma ligeira queda nos preços de fechamento em comparação com o pregão anterior, do dia 5. Com 76 mil toneladas negociadas até o fechamento desta edição, o equivalente a 92% do total oferecido de 82,5 mil toneladas, o valor médio ponderado de encerramento ficou em R$ 34,67 a saca de 50 quilos.
Os três lotes negociados até então eram de produtos depositados no Rio Grande do Sul, onde o preço médio de fechamento da saca havia alcançado R$ 35,61 na semana passada, quando a oferta total ficou em 32,1 mil toneladas no Estado e em Santa Catarina. O pregão de ontem também incluiu produto estocado em armazéns catarinenses. Mesmo assim, o preço de ontem representou um ágio de 27,7% em comparação com os R$ 27,14 de abertura para a média ponderada dos três lotes.
O novo leilão realizado pelo governo para garantir o abastecimento do produto e conter a elevação dos preços no mercado interno também não conseguiu deter a trajetória de alta das cotações no Rio Grande do Sul, maior produtor do país. Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, a saca do arroz tipo 1 58/10 subiu mais 0,23% no Estado, para R$ 35,38, e acumula uma alta de 6,8% no mês.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), chegou a solicitar ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a suspensão do leilão de ontem. Segundo a Agência Senado, o parlamentar alegou que as regras anunciadas no edital do pregão traziam "restrições surpreendentes" e prejudicaram "vários segmentos do mercado".
Segundo ele, só puderam participar as beneficiadoras de arroz cadastradas no Sistema de Registro e Controle da Conab junto à Bolsa de Mercadorias e Futuros, responsável pela realização do leilão. Isso, acredita, deixou de fora cerealistas, atacadistas, indústrias de alimentos e cooperativas. FONTE: Valor Econômico - 14/05/2008