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O CERRADO NUNCA TERMINA
O cerrado nunca termina
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31 de Março de 2008

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o cerrado nunca termina

Érica Montenegro

Boa notícia para a ciência e para o maltratado cerrado brasileiro. O número de plantas conhecidas dobrou na última década. Em 1998, quando a primeira lista sobre a flora do ecossitema foi publicada, os pesquisadores registravam 6 mil tipos de árvores, arbustos, ervas, trepadeiras e gramíneas. Agora, que um novo inventário sobre a vegetação está sendo concluído, 12 mil espécies diferentes foram descritas na savana brasileira.

"As novas informações comprovam a riqueza do cerrado", comemora a professora Jeanine Felfili, do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB). Em cada hectare, os pesquisadores encontraram uma média de 300 espécies ? mesma quantidade de plantas que costuma ser achada em áreas equivalentes na Amazônia e na Mata Atlântica. A maior diferença é o porte da vegetação. Enquanto nas florestas predominam árvores altas, no cerrado, a maior incidência é de gramíneas e arbustos.

O novo levantamento resultou de um esforço concentrado de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Juntos, eles fizeram expedições em todos os estados brasileiros onde existe a vegetação. Também visitaram herbários e consultaram livros e registros para checar se as plantas encontradas já haviam sido descritas anteriormente. "Tivemos o cuidado de eliminar identificações duplas", reforça a professora Jeanine Felfili.

O maior detalhamento das espécies do cerrado foi possível graças ao aumento de pessoal qualificado e ao desenvolvimento tecnológico. "O conhecimento sobre o cerrado está crescendo substancialmente. Temos pesquisadores especializados e a informática está do nosso lado", explica Jeanine Felfili, lembrando que, em 1998, o registro dos dados era feito em computadores gigantescos e a troca de informações via internet não era prática nas universidades e institutos de pesquisa brasileiros.

Os computadores ajudam no trabalho, mas o grande prazer dos pesquisadores é se embrenhar na mata e examinar cada centímetro da vegetação em busca de novidades. Professor de pós-graduação em Botânica da UnB e pesquisador do IBGE, Tarciso Filgueiras coleciona boas experiências vividas no trabalho de campo. O novo inventário inclui 10 espécies descobertas e descritas por ele.

Batismo de plantas

Quando ocorre esse tipo de situação, o cientista tem o privilégio de adicionar o nome dele ao sobrenome (nome científico) da planta. Aqui no DF, mais precisamente na Área de Proteção Ambiental Gama/Cabeça de Veado, o professor Tarciso Filgueiras encontrou um capim de mais ou menos 60 centímetros de altura, com folhas bem finas e alongadas. Como a Botânica ainda não o conhecia, Tarcísio batizou-o de Arthropogon filifolius filgueiras.

Outro que ganhou a assinatura do professor foi o Canastra lanceolata filgueiras. Trata-se de um capim de cerca de 80 centímetros de altura, que foi achado no Parque da Serra da Canastra, em Minas Gerais. "Ele nasce nas primeiras poças que formam o Rio São Francisco", descreve Tarciso, com delicadeza. "Um lugar que emociona pela importância de abrigar a nascente de um dos mais importantes rios brasileiros", acrescenta.

Também coube a Tarciso batizar um impressionante bambu de mais de 20 metros de altura por oito centímetros de diâmetro. A planta foi encontrada no interior de Goiás. "Bambu não é comum no cerrado. Imagine a nossa surpresa ao ver uma planta típica de floresta nesse ambiente", conta o professor. "Mas, o que mais me impressionou foi que o brutamontes ainda não havia sido visto por nenhum outro pesquisador", brinca ele. O bambu, conhecido pelos moradores da área como tacuaruçu, recebeu o nome de Guadua magna.

Na Chapada dos Veadeiros, o pesquisador Tarciso achou um capim de cerca de um metro altura, que também ainda não havia sido descrito pela ciência. Apesar do local já ter sido esquadrinhado várias vezes, a descoberta foi possível porque a equipe dele esteve na região na época da seca. Antes, a prática era ir a esses locais logo depois das chuvas. "Ele estava lá verdinho e resistente, apesar da seca", conta o professor. O capim foi batizado de Altoparadisium chapadense, o que provocou um comentário bem-humorado de um dos alunos do professor. "É uma planta que já nasce com o nome, endereço e CEP", disse o rapaz.

A identificação das 6 mil novas espécies é o elo inicial de uma corrente de conhecimento que ainda não se sabe onde pode parar. Os outros serão acrescentados por cientistas que pesquisarão os possíveis usos econômicos das espécies. "As plantas poderão ser usadas para a fabricação de remédios, cosméticos ou para a alimentação", explica a professora Jeanine Felfili, ressaltando a importância da preservação do cerrado. "Temos de preservar e pesquisar a biodiversidade do cerrado. Caso contrário, corremos o risco de passar o trator sobre riquezas que ainda nem sabemos que temos", afirma a professora.

Para saber mais

Destruição no ecossistema

O cerrado ocupa 1,9 milhão de km2, quase um quarto do território brasileiro. Desde os anos 60, tem sido usado como fronteira de expansão para a agricultura e a pecuária. A construção e inauguração de Brasília foi um dos fatores que atraiu a população para a área até então pouco povoada. Hoje, mais de 40% do cerrado já foi destruído. Em seu lugar, estão cidades, pastagens e fazendas de monocultura ? principalmente soja. Os estudos sobre a riqueza do ecossistema são recentes, mas ele já está apontado como uma das 25 regiões mais ricas em biodiversidade do planeta. Outra característica que reforça a importância da preservação é o alto grau de endemismo das espécies. Dizer que uma planta ou um animal é endêmico significa dizer que ela/ele está presente apenas em uma região geográfica específica. Por ter uma grande diversidade de ambientes, o cerrado serve de habitat para enorme variedade de plantas e animais. "É importante preservar o que ainda resta do cerrado, pois cada área é única sob o ponto ecológico", afirma o professor Tarciso Filgueiras. FONTE: Correio Braziliense ? DF



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