Agência Estado Os personagens da nova onda de expansão do setor sucroalcooleiro em nada se assemelham aos usineiros que fizeram fama e dinheiro nas décadas passadas. São investidores acostumados ao especulativo mundo do mercado financeiro e dispostos a correr grandes riscos para embolsar grandes fortunas. Nos dois últimos anos, eles despejaram bilhões de dólares no País, compraram dezenas de usinas e deram partida em outra série de projetos de produção de etanol.
Nessa turma, estão incluídos nomes de peso como o húngaro George Soros, o indiano Vinod Khosla, a administradora americana de ativos Wellington Management, os fundos de investimentos Kidd & Company, Stark e Och Ziff Management e o banco Merril Lynch, entre outros. Todos eles chegaram ao País de olho no futuro promissor do combustível verde, que ganhou força com a explosão do preço do petróleo e as crescentes preocupações com o aquecimento global.
Cada um tem uma estratégia diferente. Uns preferem comprar usinas prontas, outros se associam a produtores locais e há ainda aqueles que optam por novos projetos. No caso da Comanche Clean Energy, a fórmula foi mesclar as opções. A empresa, com sede no exterior e formada por investidores institucionais americanos e ingleses, estreou no Brasil este ano com a compra de uma unidade de biodiesel e duas destilarias de álcool. Nessa primeira leva, a empresa captou US$ 85 milhões no exterior e deve buscar mais recursos para ampliar as unidades e construir um pólo de biocombustível no Maranhão.
O projeto, de US$ 300 milhões, contará com uma unidade de biodiesel e de etanol, além da geração de energia. "Estamos construindo uma ponte para trazer dinheiro externo para o mercado de biocombustível no Brasil", afirma o vice-presidente da Comanche no Brasil, João Pesciotto. Segundo ele, as unidades da empresa serão as mais modernas do País. "Estamos usando técnicas novas para aumentar a produtividade. Queremos mais eficiência e redução de custos, pois commodity vale cada centavo."
Apesar da febre do etanol, os novos investidores são criteriosos na escolha dos projetos e empreendimentos para comprar. Marcelo Junqueira conta com propriedade todo o percurso que culminou na criação da empresa Clean Energy Brazil (CEB), um fundo de investimentos com ações negociadas na Bolsa de Valores de Londres. Neto de usineiros, ele foi responsável por apresentar o setor sucroalcooleiro aos estrangeiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo FONTE: Portal Exame