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A primeira reunião para tratar da tabela com os preços da safra de fumo 2007/2008 terminou no começo da noite de ontem sem conclusões e a previsão é de que uma definição saia somente amanhã. No encontro os produtores apresentaram suas reivindicações e começaram a colher as propostas das indústrias, que pela primeira vez sugeriram a negociação individualizada com as entidades representativas.
Durante a manhã, os agricultores, liderados pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e outras seis entidades ligadas ao setor no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, conversaram sobre o índice de reajuste que seria apresentado para as indústrias. Depois de quase três horas de negociação ficou confirmado o pedido de 19,5% sobre a tabela da safra passada, concessão de bônus de 5% para os produtores adimplentes e o alongamento das dívidas dos inadimplentes, com prazo mínimo de cinco anos e juros zero, e 5% de bônus, a título de rebate, calculado sobre o total de fumo entregue. Essas reivindicações já haviam sido apresentadas pelas entidades no fim de dezembro e começaram a ser avaliadas pelos industriais.
Na outra etapa da reunião as fumageiras passaram a apresentar suas propostas. A primeira a se manifestar foi a Souza Cruz. Logo em seguida a Universal Leaf disse qual seriam os índices de reajuste que poderia oferecer sobre a tabela, que nos últimos dois anos não teve nada de reposição. De acordo com o que ficou acertado pelas entidades, os valores propostos por cada uma das fumageiras somente serão divulgados no fim das negociações.
"A situação é nova e queremos avaliar com cautela qualquer decisão", destacou o diretor secretário da Afubra, Romeu Schneider. Ele acredita que até o fim da tarde desta sexta-feira seja possível ouvir as outras sete empresas e, depois disso, manifestar um posicionamento quanto ao processo de comercialização. "Foi uma reunião produtiva, mas precisamos avaliar todos os fatores", disse.
NOVIDADE
A proposta de se fazer uma negociação individual em torno da tabela de preços para a safra foi um dos temas mais discutidos durante a reunião. Os representantes dos produtores se mostraram apreensivos quanto a possíveis riscos que esse tipo de medida pode causar para o setor. Schneider acredita que essa nova metodologia pode alterar todo o sistema que envolve a área produtiva.
O Sindifumo, que neste ano se absteve das negociações, no entanto, afirma que não devem ocorrer grandes variações por causa do novo formato de compra. Segundo o presidente Iro Schünke, a tabela de preços existente serve de referência. Na prática, salientou, as empresas utilizam valores que podem ser diferentes de acordo com os padrões adotados para a classificação.
SAIBA MAIS
?? Para definir o percentual que vai ser pedido como reposição sobre a tabela de preços do fumo as entidades representativas levam em consideração uma série de itens, desde o custo de produção até as despesas envolvendo mão-de-obra e insumos. Neste ano, depois de avaliar diferentes planilhas e tomar como base uma pesquisa realizada diretamente com os produtores, ficou definido que seria pedido 19,5% de reajuste.
?? A alternativa de ocorrer a venda de acordo com diferentes tabelas de preço começou a ser discutida pela primeira vez neste ano. No momento em que produtores e indústrias chegarem a um acordo os novos valores devem passar a valer. No caso do fumo que já foi entregue a tendência é de que ocorra compensação para os agricultores. FONTE: Gazeta do Sul ? RS