O município de Primavera do Leste (Mato Grosso) acaba de ser contemplado com um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador(a) (CEREST). Primavera do Leste é um grande produtor de grãos e local onde muitos trabalhadores (as) estão expostos a situações de risco e agravos à saúde (acidentes, doenças e mortes). Os CERESTs criteriosamente estão sendo instalados em territórios indicados pelas Federações de Trabalhadores na Agricultura - FETAGs e Confederação dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG e pactuados com os gestores da saúde. Considera-se, para tanto, a existência de rede pública de saúde instalada e a predominância do modelo de produção baseado no agronegócio, que visa atender prioritariamenteo mercado internacional, além das demandas de saúde relativas ao trabalho desenvolvido na agricultura. “Para nós do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a instalação de um CEREST em nossa regiãorepresenta um grande avanço para a saúde do trabalhador e da trabalhadora rural, pois é uminstrumento que vai investigar, pesquisar e diagnosticar as causas das doenças relacionadas ao trabalho e ao meio ambiente onde o trabalhador se encontra”, analisa Silvia Terezinha, presidenta do STR do município. Para Antonio Fátimo Ferraz, diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Mato Grosso, o CEREST vai contribuir na área de pesquisa: “Vamos obter mais informações sobre adoecimento no trabalho. Estamos vivendo atualmente, em vários municípios, o problema da contaminação por agrotóxicos e, nesse aspecto, precisamos ter nossos cuidados”. O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador foi uma conquista do Grito da Terra Brasil - GTB e da Marcha das Margaridas de 2011 e que está se efetivando com o objetivo depromover ações que visam à prevenção e vigilância em saúde do trabalhador e faz parte da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora no âmbito do SUS. Para José Wilson, Secretário de Políticas Sociais da CONTAG, ao serem instalados em municípios com forte incidência do agronegócio, reforça a necessidade do MSTTR pautar a saúde dos trabalhadores/as no cotidiano de suas ações, pois mesmo diante dos riscos e agravos à saúde do trabalhador provocada por este modelo de produção, as ações domovimento sindical ainda são exercidasde forma muito tímida e umaforma também decomprometer os empresários do setor e os gestores públicos municipais em assumirem responsabilidades com a saúde ambiental, saúde do trabalhador e da população em geral: “Não pode prevalecer os interesses do capital, emdetrimento da saúde das pessoas e dasaúde do trabalhador (a) rural e do meio ambiente. É preciso pensar os sujeitos do campo e suas relações de trabalho de forma mais justa e solidária”. Ainda segundo Zé Wilson, o CEREST é uma forma de fortalecer o SUS no campo uma vez que suas ações estão voltadas para promoção, prevenção vigilância e assistência à Saúde. Ele destaca ainda queo CEREST Rural faz parte das diretrizes centrais que preconizama Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta. São 10 CERESTs negociados junto ao Ministério da Saúde, dos quais dois já foram inaugurados: este, dePrimavera do Leste, eum outro, em Roraima, no município de Rorainópolis e já estão sendo implantados outros oito nos territórios indicados pelas Federações e pelaCONTAG nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Ceará e Rondônia. FONTE: Assessoria Secretaria de Políticas Sociais