A nova empresa de biocombustíveis da Petrobras será responsável pelas negociações com agricultores, produtores de álcool e de oleaginosas. Foi isso que explicou ontem o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa. A estratégia de logística também será diferente, destacou o diretor, sem dar detalhes.
"A empresa poderá se associar. Por exemplo, na área de etanol, se viermos a participar de alguma usina, ela será sócia. A sócia da Mitsui será a empresa", explicou Barbassa, referindo-se às usinas que a estatal estuda construir em associação com o grupo japonês.
O diretor explicou que a Petrobras ainda não definiu o nome da subsidiária que será criada para cuidar dos negócios de biocombustíveis e nem quem vai comandar a empresa. A companhia será uma subsidiária integral, sem sócios.
Até agora, o que se sabe é que a estatal vai transferir para essa empresa as usinas de biocombustíveis em Montes Claros (MG), Candeias (BA) e Quixadá (CE). Até o momento, esses ativos estavam abrigados sob a diretoria de abastecimento e refino, comandada por Paulo Roberto Costa.
A subsidiária - apelidada informalmente de Biobrás - não vai receber os ativos de transporte, como o alcoolduto que a Petrobras começou a construir ligando Goiás a Sâo Paulo, em associação com a Mitsui. Segundo Barbassa, os ativos de logística da nova companhia permanecerão sob a diretoria de abastecimento ou na Transpetro, quando forem ativos de transferência de líquidos.
A área de biocombustíveis da Petrobras vai receber investimentos de US$ 1,5 bilhão no período 2008-2012 e, como ressaltou o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, o montante equivale a 1% do orçamento total da companhia para o período.
Ao explicar a decisão do conselho de administração, revelada na segunda-feira, de criar uma nova subsidiária - a estatal chegou a avaliar uma nova diretoria para abrigar a área - Barbassa explicou que o objetivo foi evitar que a atividade perca-se dentro da Petrobras.
"É muito melhor localizar a área [de biocombustíveis] em uma empresa que vai ser importante no segmento. Já dentro da Petrobras, [a empresa] perderia um pouco. Também vamos centralizar esforços. É um ambiente bem diferente", ressaltou. (Colaborou Cláudia Schüffner) FONTE: Valor Econômico ? SP