Uma nova linha de apoio a empresas inovadoras deverá ser criada ainda neste ano pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), informou à Agência Brasil o chefe do Departamento de Novos Negócios, Renato Marques. "Nós trabalhamos para criar a nova linha de apoio a essas empresas com dinheiro da Finep, sob a forma de recursos não-reembolsáveis, ou seja, as empresas não terão que pagar o financiamento", disse.
Há alguns anos, a Finep possuía uma linha reembolsável, com condições diferenciadas para apoio a projetos de inovação até o limite de R$ 150 mil por empresa. Renato Marques informou que essa linha acabou porque o custo operacional da Finep era muito alto: "E a gente não tinha recursos para poder fazer uma linha mais alta. Além disso, havia o problema de análise de crédito. Então, a gente preferiu encerrar porque operacionalmente estava complicado, e tentar agora criar uma nova linha".
A intenção, disse Marques, é que a nova linha de crédito tenha um limite financeiro superior, podendo chegar, em alguns casos, a até R$ 500 mil por empresa. Esta linha teria por objetivo "dar um fôlego financeiro para a empresa e melhorar a capacidade de negociação com o investidor - não é para resolver os problemas da empresa", alertou.
Os recursos não-reembolsáveis visariam, nesse caso, a apoiar as empresas inovadoras até de médio porte, incluídas no Venture Forum Finep, que envolve capital de risco. Já as empresas inovadoras de pequeno porte ficam no chamado Seed Forum ou capital semente. "A gente está começando a fazer essa distinção porque o perfil do investidor é diferente", explicou.
Marques esclareceu que no Venture Forum estão as empresas de médio porte que se acham na fase de estimular seu crescimento. No Seed Forum, a Finep trabalha com empresas que estão iniciando suas atividades. A nova linha deverá trabalhar com recursos de subvenções econômicas, oriundos dos fundos setoriais.
VENTURE FORUM
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), encerrou o período de cadastramento para o 16º Venture Forum, recebendo cerca de 270 inscrições de empresas inovadoras. O prazo para inscrições foi encerrado à meia-noite do dia 13 de fevereiro. A nova edição do evento está marcada para abril, no Rio de Janeiro.
O chefe do Departamento de Novos Negócios da Finep, Renato Marques, informou que os projetos começarão a ser analisados no próximo dia 18. Ele disse acreditar que, como nos fóruns anteriores, 40% dos projetos serão oriundos das Regiões Sul e Sudeste. Dentro do Sudeste, 40% deverão vir de São Paulo.
O Venture Forum, explicou, é aberto somente para empresas privadas inovadoras que visam ao aporte de capital. "É uma rodada de negócios em que a gente pega empresas inovadoras para capacitá-las durante o processo e apresentá-las, no dia do evento, em uma plenária para investidores de capital de risco, ou de venture capital", disse.
A partir desse evento, as empresas inovadoras passam a negociar diretamente com os investidores, com o objetivo de eles adquirirem participação acionária na empresa. Cabe à Finep o trabalho de divulgação desse mercado e de capacitação das empresas que querem, no final do processo, obter investimento contra a venda de participação acionária, acrescentou Marques.
A série de Venture Fóruns foi criada pela Finep em 2000 e já viabilizou cerca de R$ 160 milhões em investimentos em 42 empresas brasileiras de base tecnológica. Foram selecionados 153 empreendimentos inovadores de um total de 2 mil projetos inscritos. "O trabalho da Finep é de alavancagem do mercado de venture capital no país", enfatizou.
Os setores que concentram a maior parte das inscrições são os ligados à Tecnologia da Informação (TI), software e internet. Como o custo para montar uma empresa dessas áreas é menor, "temos muito mais empresas dessas nascendo do que, por exemplo, na área de biotecnologia, que é muito cara para você começar".
O chefe do Departamento de Novos Negócios da Finep destacou, entre os casos de sucesso no Venture Forum, a Lupatech e a Bematech, que após receberem recursos de fundos de investimento acabaram de abrir o capital na Bolsa de Valores de São Paulo. A Lupatech, que trabalha com válvulas industriais e tem a Petrobras como principal cliente, conseguiu se desenvolver e abrir o capital no prazo de cinco anos. Já a Bematech é especializada na fabricação de softwares para automação comercial e bancária.
Agência Brasil
Alana Gandra - Repórter FONTE: Agrosoft Brasil