As campanhas salariais dos trabalhadores e trabalhadoras da cana no nordeste já apresentam excelentes resultados. Alguns estados ainda estão em negociação, mas os bons resultados se devem à mobilização da categoria e ao preparo dos dirigentes que participaram dos processos de capacitação em negociação coletiva realizados nas federações.
De acordo com os resultados já apresentados, o secretário de Assalariados (as) da Contag, Antonio Lucas avalia positivamente as campanhas salariais e os primeiros resultados. “A gente percebe o esforço dos dirigentes e os resultados favoráveis aos trabalhadores, pois todas as federações estão conseguindo obter ganhos reais sobre os salários”, considera o sindicalista.
Em Pernambuco, os cortadores (as) de cana conquistaram um reajuste salarial de 10,51%, com 5,41% acima da inflação do período. Segundo o departamento intersindical de estatísticas e estudos socioeconômicos, (Dieese), esse foi o maior aumento conquistado pela categoria no estado, que atingiu R$ 547,00.
A convenção coletiva pernambucana também prevê melhorias nos alojamentos e afastamento remunerado para internação hospitalar. “Também ficou acordado que, a partir do quinto dia útil, após a entrega da carteira de trabalho às empresas, o registro já tem validade”, explica o diretor de Política Salarial da Federação dos Trabalhadores (as) na Agricultura do Estado do Pernambuco, Paulo Roberto Rodrigues.
No Piauí, as rodadas de negociação ainda estão acontecendo. De acordo com informações do diretor de Assalariados da Fetag-PI, José Simão, o piso salarial foi fechado em R$604,00, com um reajuste de R$8%. A prática do banco de horas foi extinta, e partir de agora os trabalhadores (as) do estado vão receber as horas extras em dinheiro.
Em Alagoas, as negociações ainda não terminaram e os trabalhadores (as) rurais reivindicam um piso salarial de R$604,00 reais, além de denunciar um cartel das empresas no estado que só contratam os trabalhadores por curta duração. “Com esse tipo de contratação os trabalhadores perdem muitos direitos, como por exemplo, o seguro desemprego”, exemplifica o diretor de Assalariados da Fetag-AL, Antonio Torres.
Outro problema enfrentado pelos cortadores (as) de cana de Alagoas é sobre a mecanização do corte de cana. A reivindicação dos trabalhadores (as) é para que não aumente o número de máquinas no estado.
As Fetags da Bahia, Sergipe, Maranhão e Rio Grande do Norte ainda continuam negociando com o setor patronal, e a previsão é que as negociações se estendam até o final de novembro. FONTE: Suzana Campos, Agência Contag de Notícias