Eles ocupam áreas da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Fazendeiros e pequenos produtores reagiram com violência à chegada da PF à região
O Ministério da Justiça informou, nesta quarta-feira (2), que já foram esgotadas todas as possibilidades de negociação com os produtores de arroz que ocupam áreas da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.
Fazendeiros e pequenos produtores reagiram com violência à chegada da Polícia Federal à região. Duas pontes já foram incendiadas desde o início da operação para a retirada dos produtores de arroz. Uma terceira está interditada por manifestantes.Mas a estratégia montada para manter os policiais federais à distância também prejudica quatro mil estudantes da região. Por causa do clima tenso, a entrega de merenda escolar foi suspensa em três municípios da reserva. A Secretaria de Educação estuda levar os alimentos de avião.
A reserva indígena Raposa Serra do Sol foi homologada pelo Governo federal em 2005. Desde então, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional do Índio (Funai) e os produtores de arroz tentam chegar a um acordo sobre a desocupação da área. Um dos entraves diz respeito à transferência dos produtores. O Incra só dispõe de terras para quatro dos sete fazendeiros.
O presidente da Associação dos Rizicultores, que tinha sido preso no início da operação, foi solto depois de pagar fiança. Paulo Cesar Quartiero, que é prefeito de Pacaraima, voltou à reserva e prometeu resistir. O filho dele ainda está internado, com ferimentos provocados pela explosão de uma bomba caseira durante o conflito.
Segundo a Funai, as indenizações dos proprietários que ocupavam as terras antes da demarcação da reserva já foram pagas. O dinheiro dos agricultores que se recusam a deixar a área foi depositado em juízo. FONTE: G1 Notícias/Globo.com - 02-04-08