A Contag se reuniu nesta quarta-feira (18) com o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Marcelo Cardona, para discutir o endividamento da agricultura familiar. O encontro pretendia traçar alternativas para renegociação das dívidas adquiridas pelos agricultores por meio das linhas de crédito do Pronaf. Como não se chegou a um consenso, governo e movimentos do campo voltam a se encontrar na próxima quinta-feira (26).
Na reunião desta quarta-feira os bancos do Brasil, do Nordeste e da Amazônia deveriam apresentar dados concretos sobre as dívidas vencidas, mas apenas o BB mostrou os números. Mesmo sem os dados oficiais, movimentos do campo estimam que as dívidas em atraso possam chegar a R$ 5 bilhões. "Queremos uma renegociação que possa solucionar o problema dos produtores, pelo menos a médio prazo. Não é apenas rolar a dívida, mas propor alternativas para a sustentabilidade da agricultura familiar", pondera o secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris.
O presidente da Federação dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, Elton Weber, defende que é preciso que haja descontos e prolongamento das dívidas. "Se não for possível que isso aconteça com juros zero, pelo menos que os juros sejam baixos", complementa Weber. Para Rovaris essa negociação é fundamental para a recuperação da agricultura. Ele aponta que os principais vilões do endividamento da agricultura familiar foram os problemas climáticos, as quedas de preço e a elaboração de projetos de assistência técnica equivocados.
Fonte:Angélica Cordova Agência Contag de Notícias