Centenas de pessoas ocuparam nesta sexta-feira (01 de novembro), as principais ruas e avenidas da cidade balneária de Santo Amaro/MA, em protesto contra o Projeto de Lei (PL 465/2018), de autoria do senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que altera os limites do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, criado pelo Decreto nº 86.060, de 2 de junho de 1981, localizado nos municípios de Primeira Cruz, Santo Amaro do Maranhão e Barreirinhas, no Maranhão, expulsando assim milhares de famílias agricultoras familiares e ameaçando o ecossistema local.
Nas faixas trazidas pela população, frases como: O Parque é nosso! Não queremos que o transformem em negócio! Queremos reservas extrativistas! As comunidades tradicionais exigem respeito! As famílias agricultoras já estavam no Parque! Fora especulação imobiliária!
A manifestação aconteceu ao mesmo tempo em que foi realizada no município, uma audiência pública proposta pelo Senado Federal, com a presença do senador Roberto Rocha.
Presente no Ato em Defesa das comunidades rurais, a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Rosmarí Malheiros, afirmou que: o convívio entre as comunidades rurais e os recursos naturais do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses está ameaçado pelo PL, pois caso seja aprovado, excluirá 23 comunidades do parque, em detrimento dos interesses da especulação imobiliária, sobretudo do setor hoteleiro.
Rosmarí ainda destacou que mesmo depois do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses se tornar um dos grandes atrativos turísticos do mundo, a vida dos agricultores e agricultoras familiares não mudou, pois os povos do campo não foram inseridos no processo, ficando à margem do crescimento econômico que beneficia apenas empresários do ramo da hotelaria. O que segundo a secretária da CONTAG, deve piorar ainda mais com o que está sendo proposto no PL.
Também representaram o Sistema CONTAG, o secretário de Meio Ambiente da FETAEMA, Antônio Sorriso, e a secretária de política Agrária da Federação do Maranhão, Lúcia Vieira ÂÂÂ
Os moradores ainda afirmam que o aumento da área do Parque dizimará várias espécies, dentre elas, animais e aves que estão ameaçados de extinção, como a tartaruga-de-pente e o maçarico-de-papo-vermelho, pois a área é refúgio, dormitório e local de reprodução destas e de muitas outras espécies.
A área do parque dos Lençóis Maranhenses é oficialmente guardada pelo ICMBio Instituto Chico Mendes e historicamente preservada por mais de 60 comunidades, com cerca de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais que vivem da pesca artesanal, da criação de animais de médio e pequeno porte, de plantações (roças), do extrativismo, e do artesanato produzido principalmente a partir da fibra do buriti, palmeira abundante na área do Parque Nacional.
#nãoaopl465 FONTE: Fonte: Comunicação CONTAG