O Projeto da Cadeia Produtiva da Mandioca aumentou a produtividade do tubérculo para as atuais 25 toneladas por hectare
Com 65% dos 22 mil habitantes vivendo em área rural, o pequeno município de Presidente Tancredo Neves, na região do baixo sul da Bahia, se tornou referência internacional por abrigar dois projetos considerados modelo de desenvolvimento rural sustentável. Ações como o Projeto de Reestruturação da Cadeia Produtiva da Mandioca e a Casa Familiar Rural, na Fazenda Novo Horizonte, já atraíram técnicos de Angola, Equador, Venezuela e Peru, além de estados brasileiros, como Pará, Rondônia e Pernambuco.
Os projetos sociais são incentivados pela Fundação Odebrecht, em parceria com os governos estadual, federal e municipal. Trata-se de experiências inovadoras de desenvolvimento de tecnologias avançadas de cultivo da mandioca e de formação de pequenos empreendedores rurais, a partir de jovens carentes, mudando a realidade de municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como Presidente Tancredo Neves.
Entre os principais resultados está o aumento da produtividade da região - de uma média de oito toneladas por hectare, verificada em 2004, para as atuais 25 toneladas por hectare, chegando a picos de 45 toneladas por hectare.
"A Bahia tem, percentualmente, a maior população do país morando na área rural e os governos estadual, federal e municipal, de mãos dadas com a iniciativa privada, precisam estimular iniciativas voltadas para o desenvolvimento de tecnologia e geração de renda, com valorização do meio ambiente, para que os jovens possam viver no campo com dignidade", afirmou o governador Jaques Wagner. Ele visitou ontem (19/2) os projetos, acompanhado pelo presidente do Conselho Curador da Fundação Odebrecht, Norberto Odebrecht, entre outras autoridades.
"O nosso interesse é criar as instituições família e escola corretas, preparando os adolescentes com cursos técnicos apropriados para que eles tenham condições de, no meio rural, progredir mais que seus pais, levando progresso para as comunidades onde vivem", explicou Norberto Odebrecht.
PRODUÇÃO INTEGRADA
As iniciativas fazem parte do Programa de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável do Baixo Sul, que abrange 11 municípios, incluindo a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pratigi. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de áreas rurais, por meio de produção integrada. A atuação prevê quatro vertentes: produtiva, humana, social e ambiental.
Na Fazenda Novo Horizonte está instalado o Campo Experimental de Mandioca da Embrapa e Seagri. Em janeiro deste ano, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia (Seagri) firmou convênio de R$ 200 mil para manutenção das ações de tecnologia do projeto.
A Seagri prevê também, já para os próximos dias, uma ampla ação de regularização fundiária na APA do Pratigi, envolvendo 171 mil hectares, onde são desenvolvidos cultivos, inclusive de mandioca, por pequenos produtores. "Será mais uma importante ação complementar de estímulo ao homem do campo", declarou o secretário da Agricultura, Geraldo Simões.
Funcionam ainda na Fazenda Novo Horizonte duas fábricas - uma de farinha de mandioca e outra que aproveita os farelos para produção de ração animal -, administradas pela Cooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), reunindo 477 associados. A capacidade de produção é de 400 toneladas por mês e de duas toneladas de folha verde por hora (ração).
A Bahia é hoje o segundo maior estado produtor de mandioca do país, ficando atrás apenas do Pará. A região do baixo sul é um dos principais pólos de produção do estado.
CASA FAMÍLIA RURAL
Casa Familiar Rural é uma escola para formação de jovens entre 14 e 21 anosCréditos: Fundação OdebrechtExperiência considerada exemplar, a Casa Familiar Rural é uma escola para formação de jovens entre 14 e 21 anos. Ela já comemora a fase de formação da quarta turma, num total de 123 jovens beneficiados com sistema de aprendizado de alternância, entre teoria e prática, em cursos de duração de três anos e ensino de nível médio profissionalizante.
"Tenho vontade de adquirir o máximo de conhecimento possível pra poder passar pra toda a comunidade, melhorando a vida de muita gente que ainda usa técnicas antigas de cultivo", destacou o aluno Marcos Antônio Santos, 18 anos. Ele, que integra a mais nova turma da casa, já atuou com os pais na roça, no distrito de Santa Luzia, em Presidente Tancredo Neves.
"São tantas coisas novas que aprendi aqui, abrindo novos horizontes de conhecimento e renda pra minha família e meus vizinhos", disse Antônia Aparecida de Jesus, 21 anos. Ela está em um estágio mais avançado do curso.
A programação da visita do governador aos projetos apoiados pela Fundação Odebrecht incluiu o Portal da APA do Pratigi, inclusive com sobrevôo do totem da APA, na BR-101, a 18 quilômetros de Gandu, na estrada que liga o município a Ubaitaba. Funciona no local o projeto para instalação de um centro de estudo e pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU), além de ações dentro da vertente ambiental do Programa de Desenvolvimento Regional Integrado e Sustentável do Baixo Sul.
VISITA A PROJETOS
O governador conheceu também os projetos realizados no município de Igrapiúna. Na programação, ele viu o funcionamento das centrais hidrelétricas de Vargido e Juliana I e II, mantidas pela Odebrecht para fornecimento de energia para a Casa Jovem e o Centro de Alevinagem.
Como no projeto da Casa Familiar Rural, a Casa Jovem objetiva desenvolver uma educação rural de qualidade, gratuita, orientada para o trabalho e cujo foco está na formação de empreendedores donos de seus próprios destinos. A iniciativa inclui ainda a capacitação de professores.
O governador aproveitou a ida a Igrapiúna para conhecer a Fazenda Ouro Verde, do Grupo Michelin. Ali são desenvolvidos projetos sociais numa área de 7 mil hectares, envolvendo a produção de látex e borracha.
FONTE
Assessoria Geral de Comunicação Social do Governo do Estado da Bahia
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