A forte presença das mulheres mo 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNTTR), que acontece nos 50 anos da CONTAG, comprova o interesse das trabalhadoras rurais de todos os estados do país em participar das discussões políticas que mexem com os rumos de suas vidas e do movimento sindical. Elas somam um total de 45% do total de participantes. São jovens, adultas, da terceira idade, idosas, das diferentes raças e com uma variedade de sotaques que enriquecem ainda mais o evento.
Algumas já participaram de outros congressos, outras vêm pela primeira vez. Mas, entre elas, um ponto é comum: o desejo de contribuir diretamente para a construção de estratégias de luta por uma vida mais digna no campo.
“Essa participação das mulheres é o resultado de uma longa trajetória, de muito trabalho, muito esforço, muito diálogo e muita negociação. Enfrentamos muitos desafios, mas avançamos, e isso é o mais importante”, avalia Carmen Foro, secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG. Sobre os temas prioritários, elas apontam a paridade, o acesso à terra e ao crédito, a permanência dos jovens no campo e o meio ambiente, por exemplo.
Nas falas das mulheres é possível perceber a vontade delas em acessar os seus direitos específicos, como o desejo de lutar em condições de igualdade com os homens para fortalecer o conjunto das reivindicações do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR).
REGIÃO SUL - “Já participei de outros congressos e espero que, aqui, a gente consiga debater como melhorar a agricultura familiar, dando mais condições das pessoas viverem da sua produção, porque ainda está muito difícil. Falta muita ajuda para nós que somos do interior. Nas discussões, todos os temas que falam sobre as mulheres me interessam.” - Ieda Terezinha Neri da Silva, agricultora familiar de Esmeralda, no Rio Grande do Sul.
CENTRO OESTE - “Estou muito feliz em estar aqui. Espero que nós consigamos fazer um bom debate. Tudo que conquistamos até hoje foi através de mobilizações, de congressos. A gente só consegue as coisas desse jeito. Temos que mostrar aos governos que não estamos esperando só o agir deles. Muitas vezes, eles propõem as coisas que não são as melhores para nós. Então, temos que dizer isso para eles.” – Ana Telia Barbosa Teixeira , agricultora do município de Cocalzinho, Goiás.
REGIÃO NORTE - “Tenho a expectativa de acompanhar o resgate da história dos 50 anos da CONTAG. Quero interagir com esse processo e me sinto muito feliz em poder estar aqui para vivenciar isso. É uma emoção que eu não consigo explicar.” - Sueli Machado de Souza, agricultora do município de Ministro Andreazza, em Rondônia.
REGIÃO NORDESTE - “Este Congresso é muito importante porque conhecemos muitas pessoas e ficamos sabendo mais coisas sobre a agricultura. Aqui aprendemos mais para passar as informações para as famílias lá do assentamento e, principalmente, para os jovens. Isso é muito valioso.” - Iracema Vieira da Cruz, assentada do município de Lajedo, em Pernambuco.
SUDESTE - “Espero que existam deliberações que tragam coisas boas para o Movimento Sindical como um todo. Me interessa muito, aqui, debater e aprofundar sobre as questões de gênero, a exemplo da paridade.” - Estela Maris Simões Melo, agricultora de Guarapari, no Espírito Santo.
FONTE: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi