Brasília - Mulheres produtoras rurais se reuniram em Brasília na semana passada para discutir estratégias de comercialização de produtos da agricultura familiar, no Seminário de Estratégias de Venda de Produtos da Agricultura Familiar.
O evento reuniu mais de 50 mulheres produtoras rurais de diferentes comunidades, representantes de movimentos sociais, organizações da sociedade civil e de empreendimentos econômicos solidários de mulheres.
A coordenadora do Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Andrea Butto, disse que no encontro foi feito um balanço das políticas de comercialização dirigidas à agricultura familiar e como estas políticas estão sendo estruturadas e operacionalizadas.
De acordo com Butto, as mulheres participam da agricultura familiar, mas o seu trabalho é pouco reconhecido. Geralmente, segundo a coordenadora, as mulheres entendem o seu trabalho como uma ajuda em função da falta de reconhecimento da contribuição econômica que elas têm no meio rural.
"O governo está buscando uma aproximação das políticas públicas, especificamente de comercialização, para fortalecer a presença das mulheres em organizações mistas, para que elas tenham informações suficientes sobre esses programas. Queremos encontrar uma estratégia de atuação junto às organizações para que as mulheres acessem esses programas e garantam renda própria", explicou Butto.
De acordo com o diretor de Fomento da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), Dione Monetti, o governo tem feito um grande esforço para construir uma estratégia que fortaleça os instrumentos de comercialização dos empreendimentos de mulheres da agricultura familiar.
"Estamos buscando melhorar a forma de apresentação dos produtos produzidos pelas mulheres e as estratégias de distribuição para que possam sair das suas cidades e serem vendidos nos grandes centros urbanos. Não de forma individualizada, mas articulados também com outros empreendimentos de economia solidária. Chamamos esse processo de construção de estratégias de comercialização em rede", disse Dione Monetti.
A Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, segundo Dione Monetti, realizou um mapeamento nacional da economia solidária e identificou em todo o país 22 mil empreendimentos econômicos solidários.
Os empreendimentos coletivos, de acordo com o levantamento, reúnem hoje cerca de de 1,75 mil trabalhadoras em todo o país, com a característica de serem coletivos e produzirem uma diversidade de produtos, que vão desde industrial a artesanal.
O diretor do Senaes/MTE disse que a comercialização foi apontada pelo mapeamento da economia solidária no Brasil como a principal questão a ser respondida para os empreendimentos econômicos solidários, que identificaram dificuldade no escoamento da sua produção, no processo de fornecimento dos seus produtos até o mercado, além de dificuldade do ponto de vista logístico de como levar os seus produtos até a cidade, os grandes centros comerciais onde podem ser consumidos. FONTE: Agência Brasil ? DF