Nestes dias 10 a 12 de julho, cerca de 40 mulheres de diferentes regiões brasileiras concluíram o Curso de Formação “Mulheres e Agroecologia”, organizado em três etapas presenciais nos meses de março, maio e julho. Fruto de uma parceria da CONTAG e do GT da Ana, com apoio do SENAR e da UNB.
A diretora de Juventude do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Serra Talhada (PE), Nadja Maria, compartilhou que “Eu sou muito grata por ter tido a oportunidade de participar do curso, onde compartilhamos muitas experiências, saberes e sabores. Saio daqui cheia de informação para compartilhar e de experiências vividas de cada mulher, de diferentes estados, formas de trabalhar e que no final todas trabalham agroecologicamente. É incrível essa diversidades e todo essa aprendizagem que nos fortalece para poder compartilhar com a juventude.”
Para finalizar a realização do curso e encerrar o círculo de aprendizados foi feito a Transformatura, que corou todas as agricultoras familiares que colaboraram com todo o processo formativo. Durante o momento a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Mazé Morais, afirmou que “Cada desafio nos fortaleceu e nos trouxe até aqui. Hoje é o dia dia em que nós assumimos o compromisso com a educação popular e a agroecologia, para sermos protagonistas da transformação social, tendo no horizonte uma sociedade justa, igualitária e agroecológica, livre de violência e promotora do bem viver.”
Sem feminismo não há agroecologia. Historicamente as mulheres do campo, da floresta e das águas assumem diariamente a responsabilidade sobre a produção de alimentos saudáveis, apesar da falta de reconhecimento e protagonismo.
“Eu, de fato, me sinto muito feliz e grata. Com todas as recordações que vem em minha memória, eu percebo como a pauta de agroecologia e mulheres está se fortalecendo e se qualificando alimentada pelos diálogos que estamos estabelecemos com o movimento sindical. A agroecologia não é só uma prática, mas sim um modo de viver e exercitar de forma sustentável a agricultura, a diversidade e a soberania das culturas, onde a agricultura familiar tem um papel fundamental com destaque para nós mulheres”, continuou Mazé Morais.
Ao longo dos três módulos fizeram parte das discussões temas como:
- O lugar da agroecologia no cenário político atual;
- Conceito de agroecologia e sua relação com as mulheres;
- Feminismo no plural;
- Divisão sexual do trabalho e a participação política das mulheres;
- Economia feminista e sua contribuição na luta de mulheres dos campos, das florestas e das águas;
- Visita à quintais agroecológicos;
- A importância da auto-organização das mulheres;
- Apresentação de metodologias feministas: Caderneta Agroecológica.
Mulher e Agroecologia
Mulher e agroecologia
É força que contagia
Projeto em construção.
É compartilhar conhecimento
Sentir acolhimento
Dividir o pão.
É permitir renascer
Sonhar e fortalecer
Expandir a visão.
É esperança viva
Luta coletiva
Respeito e emancipação.
É cultivar a semente
Cuidar da gente
Ter compaixão.
Mulher e agroecologia
É ter autonomia
Desenvolver superação.
Cada estado aqui representado
É um caminho batalhado
Com muita dedicação.
É poder popular
Coragem para ousar
Feminismo em ação .
É incluir diversidade
numa nova sociedade
Para a revolução.
É essa formatura
Rompendo as estruturas
Para promover transformação.
Jéssica C. Godoi
Por Malu Souza / Comunicação CONTAG