Inovação tecnológica, uso de sistemas integrados rotativos, revegetação de córregos e replantio de árvores são apenas umas das ações a serem praticadas pelos países para frear o aumento da temperatura climática no mundo. Esses e outros assuntos foram discutidos, hoje (24)no seminário sobre tendências e mudanças climáticas na agricultura familiar, que integra a programação da X Reunião Especializada da Agricultura Familiar do Mercosul (REAF).
O chefe da Embrapa Informática e Agropecuária, Eduardo Assad, faz um alerta: "todo mundo perderá com a alteração do clima, mas a capacidade de adaptação é maior para quem tem mais dinheiro. As mudanças climáticas são extremamente segregadoras, o que quer dizer que os pobres ficarão mais pobres".
Segundo ele, a Embrapa e outras instituições trabalham com melhoramento genético, entretanto, mesmo assim, algumas plantações sofrerão mais que outras. "Cultivares de soja, café e milho serão mais vulneráveis. A soja por deficiência hídrica, o café pelo abortamento da flor e o milho por perda de produtividade", diz Assad.
Apesar do panorama pessimista para alguns anos, o especialista afirma que, se o Brasil fizer o dever de casa, muita coisa pode mudar. "O Brasil é um dos únicos países do mundo que consegue reverter o problema de uma maneira muito simples, que é política. Não é tecnológica apenas".
O País é o quarto ou quinto em emissão de gases de efeito estufa do mundo, provocado por duas ações: queimadas e desmatamento. "Se a gente frear isso e incorporar sistemas agroflorestais, financiar integração pecuária-lavoura, financiar produtos mais estáveis e perenes, revertemos o problema", completa Eduardo Assad. FONTE: Danielle Santos, enviada especial