30.Jan.2008 | DOURADOS - Depois de bloquear anteontem vários trechos das rodovias federais e estaduais de todo o Estado e entrar em confronto com a Polícia Militar (Cigcoe), mais de 200 manifestantes voltaram a bloquear, ontem, a BR-163, no quilômetro 104, em Naviraí. Também houve bloqueio na rodovia conhecida como Guairá-Porã, região de fronteira, em Tacuru. Eles interditaram três trechos de rodovias estaduais na região, a MS-160 de acesso entre Guairá-Porã a Sete Quedas; a MS-156 e MS-295, que ligam Tacuru a Amambai e Tacuru a Iguatemi. O manifesto, segundo eles, ocorre em protesto contra a iminente troca do atual superintendente do Incra, Luiz Carlos Bonelli, pelo professor universitário, Flodoaldo Alves.
Segundo o coordenador do MST em Mato Grosso do Sul, José Oliveira, o bloqueio de ontem só não foi maior por causa do confronto de anteontem, em Anhanduí, com a Polícia Militar. No entanto, os sem-terra afirmam que estão dispostos a continuar bloqueando rodovias nos próximos dias.
Oliveira justifica que Bonelli é a melhor pessoa para ocupar o cargo, já que nos últimos 20 anos assentou o maior número de famílias e que sua saída pode ser uma derrota para a classe. "Em cinco anos de trabalho, Bonelli assentou 16 mil pessoas, enquanto nos últimos 20 anos foram assentadas 17 mil", enfatiza.
Além do MST, outras três entidades fazem parte do protesto - Fetagri, CUT e FAF-, todas contra a substituição do superintendente que, se retirado do cargo, "vai resultar na invasão de todas as sedes do Incra no Estado".
Bonelli, que foi alvo de críticas por parte do senador Valter Pereira (PMDB), "por transformar os assentamentos em verdadeiras favelas rurais", não quis se pronunciar sobre o assunto. Procurado pela Redação de O PROGRESSO, a assessoria de imprensa alegou que ele só irá se manifestar depois que o MST "acalmar os ânimos".
APOIO
Na tarde de ontem, o deputado federal Vander Loubet (PT) reuniu o apoio do senador Delcídio do Amaral (PT) e dos deputados federais Antônio Carlos Biffi (PT) e Dagoberto Nogueira Filho (PT), que escreveram uma carta em manifesto para que Bonelli permaneça no cargo. O documento foi encaminhado para a presidência do Incra e para os ministros José Múcio (Relações Institucionais) e Dilma Rousseff (Casa Civil). (Colaborou Flávio Verão) FONTE: O Progresso - MS