Cerca de 400 integrantes do Movimento de Trabalhadores Sem Terra ocupam desde anteontem a sede da Coordenação de Desenvolvimento Agrário (CDA), em Ondina, para reivindicar o cumprimento de acordo firmado com o governo em abril do ano passado. Eles ameaçam só deixar o local depois de terem os pleitos assegurados por representantes das secretarias estaduais da Agricultura, de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e também pela presidência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A pauta do movimento já foi apresentada ao coordenador executivo da CDA, Luís Anselmo Pereira Souza, que vem fazendo a interlocução com os demais órgãos e dado o encaminhamento necessário às questões que envolvem a CDA.
Entre as reivindicações do movimento estão a recuperação de cinco mil casas com conclusão prometida para o dia 20 de abril, a construção de outras três mil unidades, ligação de energia em 11.013 casas e a recuperação de 200km de estrada. "Também pleiteamos que o governo do estado contrate uma equipe técnica para ampliar o processo de vistoria de terra pelo Incra e também a efetive um convênio de apoio à cadeia produtiva nos assentamentos, o que não foi viabilizado até hoje", pontuou Oranildo Costa, da direção do MST na Bahia. Os integrantes do movimento alegam também que a Semarh tem sido um entrave na liberação de licenças ambientais das áreas.
O coordenador executivo da CDA garantiu que irá intermediar o processo com os demais órgãos. "Eles colocaram a expectativa deles, agora faremos os encaminhamentos necessários", explicou. No que diz respeito às áreas que não podem ser objeto de decretação para a reforma agrária por não se enquadrarem nas normas do Incra, Souza informou que irá avaliar para ver se é possível enquadrá-las no Programa Nacional de Crédito Fundiário, que é complementar às ações da reforma agrária. "O governo entende as reivindicações dos movimentos sociais e procura viabilizá-las. Porém, são demandas reprimidas por muito tempo", frisou.
Esta é a segunda ocupação que o MST faz este ano em um órgão do governo. A primeira ocorreu em março, quando os membros passaram dois dias acampados no prédio da Seagri. Como o acordo não foi cumprido, eles voltaram a recorrer à ocupação como uma forma de pressionar o governo. "É preciso discutir as pendências e entraves à política de reforma agrária, tanto na área de infra-estrutura quanto na obtenção de terra", defendeu Costa. (PR) FONTE: O maior volume de arroz ofertado no segundo leilão do produto realizado neste mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) provocou ontem uma ligeira queda nos preços de fechamento em comparaç