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CAMPO GRANDE - Um levantamento feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) aponta que pelo menos 76 indígenas foram assassinados em 2007. Destes, 48 casos ocorreram em Mato Grosso do Sul - o que deixa o estado isolado no topo da lista de homicídios envolvendo índios no país. Em segundo, Pernambuco registra oito assassinatos.
Segundo a entidade, houve crescimento de quase 50% no número de casos em relação a 2006, quando foram registrados 48 assassinatos. Entre os anos de 2006 e 2007, os casos aumentaram em 150%, passando de 20 para 48 mortes violentas registradas no período. De acordo com o Cimi, as comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul vivem uma situação de genocídio.
A permanente situação de conflito entre índios e fazendeiros é apontada pela entidade como a principal razão para o aumento da violência. Em 2007, duas lideranças de um mesmo grupo Guarani foram assassinadas por lutarem para retomar sua terra (Kurussu Ambá). Em janeiro, a rezadeira Xurete Lopes (70) foi assassinada por seguranças particulares durante uma retomada de terra. Em julho, Ortiz Lopes, do mesmo grupo, foi assassinado na porta de seu barraco, segundo testemunhas, a mando de um fazendeiro. Dos 48 assassinatos ocorridos no Estado, 14 aconteceram em Dourados, onde há a maior concentração de indígenas por hectare.
Por outro lado, em 2007 nenhuma terra indígena foi declarada para os Guarani em Mato Grosso do Sul, apesar das promessas feitas nos últimos anos pela Fundação Nacional do Índio (Funai) de que este povo receberia atenção especial, por conta da grave situação em que se encontra.
Novo relatório
Em abril, o Cimi divulgará o Relatório de Violência contra Povos Indígenas no Brasil, com dados sobre as violações dos direitos indígenas em 2006 e 2007. O relatório trará números sobre ameaças, tentativas de assassinato, mortes por desassistência (suicídio, falta de atendimento médico), invasões de terras indígenas, entre outros. O relatório também analisará o crescimento da violência contra os povos indígenas. O levantamento é baseado em informações de comunidades indígenas e no acompanhamento de jornais de todo o país. (Com informações do Conselho Indígena Missionário) FONTE: Globo Online ? RJ