Mais uma vez unidos, os movimentos sociais do campo, florestas e águas que integram a Jornada Unitária de Lutas pela Soberania Alimentar e Contra o Agronegócio realizaram uma grande mobilização. O ato consistiu na ocupação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) durante toda a manhã do dia 16 de outubro. A data e o local do ato foram escolhidos estrategicamente por se tratar do Dia Internacional da Alimentação. “É do MAPA que saem os grandes financiamentos para o agronegócio”, explica Zenildo Pereira Xavier, “o governo federal é hoje um dos maiores financiadores deste tipo de negócio, e isso vai contra a valorização da agricultura familiar, levando ainda à diminuição de áreas e incentivo à produção de commodities”.
No dia do ato, os manifestantes mobilizados pelos movimentos chegaram ao ministério ainda na madrugada, por volta das 4 horas, e entraram no prédio assim que foi aberto. As representações da Jornada conseguiram uma reunião com o ministro do MAPA, Antônio Andrade, e com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, somente ao final da manhã. Além do MAPA, os Ministérios da Pesca e Minas e Energia também foram ocupados, no período da tarde. Ainda nesta agenda da Jornada, foram realizadas mais duas reuniões: com o ministro do Desenvolvimento Agrário e com o ministro de Minas e Energia.
A pauta apresentada na reunião foi a mesma já entregue à presidenta Dilma Rousseff em julho, e que não teve nenhum ponto atendido pelo governo. As demandas desta pauta partem do princípio da garantia da segurança e soberania alimentar, e respeito à agricultura familiar e aos direitos dos trabalhadores (as). A Jornada defende que a reforma agrária é uma das principais estratégias para que a valorização da agricultura familiar aconteça.
A conversa com os ministros definiu que haverá mais uma reunião com a presidenta para tratar das questões colocadas. De pronto, foi resolvida apenas a questão da negociação de dívidas dos agricultores(as) familiares que se encontram nesta situação. Zenildo avaliou positivamente toda a ação. “A Jornada demonstra a unidade dos movimentos por essa pauta comum que é a reforma agrária. A CONTAG esteve presente e com uma participação significativa de muitos trabalhadores(as) representados por ela”, diz. FONTE: Imprensa CONTAG